SEM A PAZ DE JESUS É IMPOSSÍVEL SER SANTO (Parte 01)

VOCAÇÃO DE JESUS!
Deus seja amado com todas as forças de nosso coração e de nossa alma.

25/07/2022

São Paulo falando pelo Espírito Santo, fala aos católicos de todos os tempos sobre a importância de se procurar a paz e a santidade ao mesmo tempo, para um dia se ter a visão de Deus.

Procurar a paz com todos, sem procurar a santidade ao mesmo tempo; sem o forte desejo de um dia ver a Deus, é não encontrar a paz, nem a santidade; é ficar impossibilitado de ver a Deus depois da morte do corpo de carne. São Paulo diz:

“Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor”. (Hb 12,14)

A paz, a santidade e a visão de Deus estão interligadas entre si.

• Sem paz não há santidade;
• Sem santidade não há paz;
• Sem paz e santidade não se pode ver a Deus.

Releiamos o que diz a Palavra de Deus:

“Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor”. (Hb 12,14)

Significa:

• Viver tranquilo com as pessoas que não conhecem a Deus, que fazem o que desagrada a Deus, sejam estranhos ou familiares?
• Procurar uma floresta, um sítio, uma praia, uma ilha ou qualquer lugar isolado e silencioso?
• Significa ausência de hostilidades e problemas entre as pessoas?
• Ausência de guerras entre países?
• Indiferença para com a violência no mundo?
• Significa fazer as pazes com os inimigos da fé em Jesus Cristo?
• Significa não dizer a verdade, que discorda da mentira, para evitar desentendimentos, conflitos?

É somente uma palavra de três letras com uma vogal e duas consoantes?

• Não! A paz que o Espírito Santo quer que procuremos é a paz que é ir além da amizade pacífica com as pessoas;
• A paz que devemos procurar é a paz que torna possível a vida fraterna entre os seres humanos;
• A paz que devemos procurar não é mero desejo humano de que as pessoas e o mundo vivam em paz;
• A paz que devemos nos esforçar para encontrar, e encontrando, mantê-la em nós pelo procedimento de nos mantermos nela, é a paz que não é abstrata, é concreta, real, vive como Pessoa, como realidade existencial necessária à salvação da humanidade. Essa paz é o Verbo que se fez carne (cf. Jo 1, 14), é Jesus, Jesus é “a paz de Deus” (Fl 4, 7).

Querer a paz, sem querer procurar a fonte da paz, é viver sem paz. Sem Jesus, a paz não existe.

Procurar a paz com todos não é aceitação e cumplicidade do que é contrário aos Mandamentos de Deus; como também construir a paz não é uma imposição dos Mandamentos de Deus pela força sobre as pessoas.

A paz que deve ser construída com todos é a paz de Jesus: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!” (Jo 14,27)

Jesus diz que nos dá a sua paz, mas essa paz pode ser perdida, não porque a paz dada por Jesus seja:

FALHA,

FRACA,

INEFICAZ. 

Não. A paz pode ser perdida no coração de quem a recebeu por culpa do receptor da paz.

O doador e mantenedor da paz nos corações de homens, mulheres e crianças, é Jesus. Se o homem, a mulher, a criança, não levam uma vida de oração procurando a intimidade com Jesus, a paz de Jesus não cumpre sua missão de pacificar interiormente o seu receptor. Sem a paz que pacifica o coração, a pessoa não sabe como procurar a paz de Jesus com todas as pessoas.

Sem a paz de Jesus a pessoa fica perdida nela mesma. 

O que ela faz?

• Ela procura, sem sucesso, encontrar com as pessoas a paz do mundo;
• Ela quer a paz familiar;
• Ela quer a paz social;
• Quer a paz nas amizades;
• Busca a paz no trabalho, ou usa o trabalho para esquecer a falta de paz, ou para preencher o vazio dentro de si;
• Procura a paz em todo tipo de divertimento.

É bom que nos perguntemos:

As pessoas que procuram encontrar a paz em coisas ou pessoas que não são a fonte da paz a encontrarão?

Diante do fracasso em procurar a paz onde a paz não está, muitos são os que, decepcionados, isolam-se em seu mundo de desapontamentos e traumas.

Imagine!!!

Imagine o estado de vazio interior de uma pessoa que se isola para viver nos desapontamentos de sua vida. Se ela se deixou levar pelos desapontamentos para o isolamento nela mesma, os perversos demônios tentarão tirar proveito da atitude errada para a fazer sofrer pelo estado de espírito de desgostos, tristezas e desânimos.

Esse estado sofredor só pode ser criado pelos inimigos da humanidade se a pessoa edificar contra si mesma uma ponte que dê passagem aos demônios para a sua alma e mente em áreas que eles não tinham acesso.

A ponte é construída por meio de alguns pecados.

Pecados nos quais o tentador tenta a pessoa para que ela os perpetre. O demônio não pode forçar ninguém a pecar, mas pode usar dos diversos artifícios da tentação para enganar a pessoa e a levar a cair no pecado.

Eis alguns dos materiais de construção da ponte que os demônios precisam. Eles podem ser formados pelos:

• ressentimentos, impaciências, raivas;
• ou invejas, malícias, maldades, depravação moral;
• ou falta de fé e confiança em Deus;
• ou falta de humildade de modo que o orgulho prevaleça;
• ou participação em religiões que Jesus não fundou;
• ou literatura dissonante com a Palavra de Deus;
• ou falta de oração, falta de conhecimento da Palavra de Deus e falta de frequência nos Sacramentos da Igreja católica;
• ou cantar ou ouvir músicas inspiradas pelas potestades dos ares;
• ou ver programa de TV, filmes, teatro, vídeos que cristãos não devem ver;
• ou pensamentos e julgamentos errados contra as pessoas, contra a vida, e até contra Deus.

Se a ponte que os demônios precisam para ter acesso à alma e à mente da pessoa for edificada com uma vida de não arrependimento e confissão dos pecados ao padre da Igreja, os demônios, então, passarão por ela e levarão a pessoa a viver em um lastimável estado de isolamento:

nos traumas,

nas tristezas,

nos desânimos,

nos desgostos e aborrecimentos com tudo e todos.

Chegando a esse estágio, os demônios precisam de mais tempo para tentar a pessoa a perdurar vivendo com suas falhas e pecados. Com o tempo que precisam sendo dado a eles pela pessoa, eles farão de tudo para levar sua vitima à depressão, depois ao desespero, depois ao suicídio.

Se alguém se encontra nesse estado, o que fazer?

“Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos para serem apagados os vossos pecados.”

(At 3, 19)

Procure um Padre, confesse-se.

O poder de Deus no Sacramento da Penitência impede que essa ponte seja construída. E se foi construída, será destruída.

Engaje-se em uma boa vocação católica para descobrir os dons que recebeu de Deus para O servir.

Não se condene a si mesmo pelos pecados cometidos. Arrependimento não é auto condenação. Creia no perdão de Deus. Jesus não veio condenar as pessoas, “o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.” (Lc 19, 10)

A “misericórdia de Jesus é crescente.”

(Santa Faustina)

“O Senhor é um Deus misericordioso, e Ele não te quer abandonar nem te extinguir”.

(Dt 4,31)

Uma pessoa pode viver na paz espiritual de Jesus, mas pode também viver em suas decepções humanas. Decepções com ela mesma, decepções com as outras pessoas. Ela pode encher seu coração de bons ou maus pensamentos. Ela é livre para selecionar que tipo de pensamento e sentimento quer aceitar dentro de si, ela é livre para escolher ouvir:

• os sussurros de sua consciência convidando ao bom senso, ao juízo e discernimento;
• os sussurros espirituais de seu Anjo da Guarda, que fala da parte de Deus;
• os convites da parte de Satanás, o teimoso zumbido do demônio perseguidor, que são imperceptíveis à audição humana, mas são perceptíveis aos sentidos espirituais convidando para o mal.

O demônio perseguidor é o tentador. Vemos um exemplo do teimoso zumbido do demônio tentando o ser humano, no episódio em que Jesus diz a Pedro:

“Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo, teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!”

(Mt 16, 23)

Jesus não manda Pedro se afastar Dele, manda Satanás, pois sabia que naquele momento Pedro repetia o que Satanás lhe sugeria. Pedro amava Jesus. Satanás se aproveitou do amor humano de Pedro, amor ainda não puramente espiritual, para rebater o que Jesus dizia.

Pedro não queria rebater o que Jesus dizia, mas o teimoso zumbido do demônio, que não é um linguajar gramatical, porém é uma forma de comunicação, falou pela via espiritual em que o homem pode ser, sem saber, induzido a fazer, ou dizer, o que o demônio sugere.

Em sã consciência, Pedro jamais iria contradizer Jesus, mas Pedro achou que estaria defendendo Jesus se dissesse que Jesus não “precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas”.

Pior! Pensando ser um fiel defensor de Jesus, Pedro, usando o Nome de Deus, sem saber o que dizia, chegou a dizer que Jesus não precisava ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Eis como aconteceu:

“Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia. Pedro então começou a interpelá-lo e protestar nestes termos:

– Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá!

Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe:

– Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!”

(Mt 16, 21-23)

Deus é Espírito, portanto é invisível a nós, pessoas físicas, mas apesar de não vermos Deus, Ele se comunica conosco. É Deus “quem guia a sabedoria e emenda os sábios, porque nós estamos nas suas mãos, nós e nossos discursos, toda a nossa inteligência e nossa habilidade” (Sb 7, 15-16)

Mas:

• Como é que Deus guia a sabedoria no homem?
• Como é que o homem está em Suas mãos?
• Como Deus inspira os discursos, a inteligência e a habilidade que Ele concede ao ser humano?

• Que tipo de comunicação indutiva, imperceptível aos ouvidos humanos, mas sensível aos sentidos espirituais, é essa que fez Pedro contradizer Jesus, falando o que Satanás queria que ele falasse?
• Isso pode acontecer com qualquer pessoa?
• Por qual meio de comunicação espiritual Satanás alcançou a humanidade de Pedro e falou a Pedro sem que os Apóstolos e o próprio Pedro se dessem conta de que Satanás estava falando?
• Que tipo de força de enganação tem a indução de Satanás quando ele tenta fazer que um ser humano diga o que ele quer que seja dito, a ponto de Pedro usar o Nome de Deus, chamar Jesus de Senhor, dizendo: “Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá!”
• Satanás encontrou dentro de Pedro alguma espécie de componente de pensamentos e sentimentos alojados em algumas ou muitas experiências difíceis, sofredoras, traumatizantes, os quais usou para fazer Pedro expressar um pensamento das diretrizes do inferno? Talvez possa ter sido, mas, ao falar o que Satanás queria, Pedro não sabia o que dizia, pois não tinha o interesse e pensamento que Satanás tem de frustrar os planos de Deus. Pedro não estava preso nos loucos pensamentos de uma perversidade que faz um ser humano extraviar-se na adoração do que não é Deus, como vemos em Sb 11, 15.
• Pedro conhecia Jesus, ouvia Jesus, amava Jesus, mas mesmo assim, naquele dia, enganado por Satanás, discordou de Jesus! Pedro, sobre quem Jesus tinha decidido fundar sua Igreja, pensou diferente de Jesus. Jesus o considerou inapto? Escolheu outro para seu lugar? Tirou dele o plano divino de vir a ser o homem que seria o primeiro Papa da Igreja? Não, pois é Jesus quem pastoreia a sua Igreja, independentemente das falhas e pecados de seus escolhidos.

Se a pessoa conhece Jesus, ela escolhe viver a paz de Jesus.

Se não conhece Jesus, ela precisará ser levada até Jesus para receber a paz que precisa ter.

Infelizmente, há quem conheça Jesus, mas, seduzido pelos prazeres do mundo, prefere viver a paz do mundo.

Viver a paz do mundo é caminhar para cair, cedo ou tarde, na prisão do desapontamento interior. Uma vez que a pessoa é presa em seus próprios desapontamentos, sofrerá as consequências de sua escolha.

Se a pessoa não for liberta de tal situação interior, essa prisão interna em que se encontra pela falta da paz de Jesus, poderá levá-la a sofrer vários distúrbios psíquicos. Eis um dos motivos pelo qual os consultórios psicológicos estão cheios.

Os que escolheram viver a paz do mundo permanecem na necessidade da paz de Jesus, sem perceber que a paz que não é a paz de Jesus tem dois procedimentos:

• Primeiro lhes expõe ao perigo do vazio existencial.
• Diante do perigo que é mostrado pela misericórdia divina, se a pessoa insiste em escolher a paz do mundo, então ela entra na fase seguinte, a paz do mundo as coloca na prisão do vazio existencial.

Por que a paz do mundo é uma prisão no vazio?

A resposta é simples. Porque lhes falta ter no interior a paz de Jesus. Sem a paz de Jesus, a pessoa se sente vazia, cansada dela mesma.

Por que existem pessoas que não têm a paz de Jesus?

Porque elas escolheram procurar e viver a paz do mundo, ou porque ainda não conhecem Jesus.

Apesar do vazio interior, muitos cristãos ainda teimam em acreditar que a paz do mundo apazigua os homens. Como será possível encontrar a paz no mundo dos homens mortais que vive em:

mentiras,

ilusões,

falsidade,

conflito e guerra 

desde que “por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram”? (Rm 5,12)

Na terra:

• Existe a paz do mundo;
• Existe a paz do homem;
• Existe a paz de Jesus;

• A paz do mundo: É FALSA, porque se baseia no ajuntamento de pessoas que não conhecem os Mandamentos de Deus, ou tendo ouvido falar sobre eles, não querem obedecer ao que eles dizem.
• A paz do homem: É FALSA, porque se baseia na inteligência, lógica, e pensamentos dos homens. Essas três capacidades dadas aos homens são boas e necessárias, mas insuficientes nelas mesmas para guardar os corações e pensamentos em Jesus Cristo, pois é “a paz de Deus, que excede toda a inteligência” (que) “haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus”. (Fl 4,7)
• A paz de Jesus! É A ÚNICA VERDADEIRA, porque Jesus é Deus. Sendo Deus, ele nos dá sua paz (cf. Jo 14, 27), para que tenhamos a paz Nele, apesar das aflições e todo tipo de problemas que se encontra na vida terrena. A verdadeira paz a temos em Jesus (cf. Jo 16, 33), não em nós mesmos como se fossemos a fonte da paz.

Depois de ressuscitar, Jesus veio e pôs-se no meio dos Apóstolos e disse-lhes: “A paz esteja convosco!” (Jo 20,19)

Porque sem a verdadeira paz que tranquiliza a alma e a mente, nenhuma pessoa conseguiria seguir Jesus, carregando a sua cruz. E da paz de Jesus vamos para a santidade de Jesus.

Neste texto meditamos um pouco sobre a paz de Jesus, mas é necessário meditarmos sobre a santidade. Portanto, faça sua meditação sobre a santidade, pois a Palavra de Deus diz: “Procurai a PAZ com todos e ao mesmo tempo a SANTIDADE, sem a qual ninguém pode ver o Senhor”. (Hb 12,14)

. . .

Deus, que é bom, misericordioso e poderoso, abençoe-nos a todos.
J.V.