Via Sacra
A devoção da Via-Sacra consiste na oração mental de acompanhar o Senhor Jesus em seus sofrimentos (conhecidos como a Paixão de Nosso Senhor), desde o Tribunal de Pilatos até o Monte Calvário.
Ato de Contrição
Meu amorosíssimo Jesus, prostrado humildemente aos Vossos pés santíssimos, peço-Vos, com todo o coração, o perdão dos meus pecados pelos quais eu choro e aos quais eu detesto, especialmente por serem uma ofensa à Vossa infinita bondade. Proponho-me querer antes morrer que Vos ofender; ao invés, declaro querer Vos amar sobre todas as coisas até a morte. Em compensação por tantos débitos por mim contraídos com a Vossa divina justiça, ofereço-Vos este breve exercício da Via Crucis em união com aquela viagem dolorosa que Vós fizestes ao Calvário por mim, indigníssimo pecador. Aceitai, ó Senhor, esta pequena oferta e dai-me a graça de ganhar todas as santas indulgências concedidas pelos Vossos vigários, os Sumos Pontífices, segundo a intenção dos quais agora pretendo rezar, também para sufragar as pobres almas do purgatório, depois de lhes ter aplicado uma indulgência plenária, aplico-a também por mim.
1ª ESTAÇÃO:
JESUS É CONDENADO À MORTE

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“O governador tornou a perguntar: ‘mas que mal fez ele?’ E gritavam ainda mais forte: ‘Seja crucificado!’ Pilatos viu que nada adiantava, mas que, ao contrário, o tumulto crescia. Fez com que lhe trouxessem água, lavou as mãos diante do povo e disse: ‘sou inocente do sangue deste homem. Isto é lá convosco!’ E todo o povo respondeu: ‘Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!’ Libertou então Barrabás, mandou açoitar Jesus e lho entregou para ser crucificado.”
(Mt 27, 23-26)
Considera-se, nesta primeira estação, a admirável submissão do inocente Jesus ao receber, do iníquo Pilatos, a injusta sentença de morte para que os pecadores recebessem a vida e, assim, fossem libertos da eterna condenação.
Adoro, meu Jesus, aquela divina paciência com a qual, do iníquo tribunal de Pilatos, recebestes a injustíssima sentença de morte, e pelos méritos de tão bela virtude, peço-Vos que apagueis a justíssima sentença de eterna morte, que tantas vezes eu mereci por meus pecados, e que me chameis no dia final entre os Vossos eleitos no Céu.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
A morrer crucificado,
teu Jesus é condenado
por teus crimes, pecador!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
2ª ESTAÇÃO:
JESUS CARREGA SUA CRUZ

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Ele próprio carregava sua cruz para fora da cidade em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico: Gólgota.”
(Jo 19,17)
Considera-se, nesta segunda estação, a resignação de Jesus Cristo ao sobrecarregar os seus ombros com a Cruz, a fim de nos animar a caminhar atrás Dele pela via da mortificação e da penitência.
Bendigo, meu Jesus, a imensa caridade com a qual, por amor a mim, recebestes sobre Vossos ombros feridos a pesadíssima Cruz e Vos peço que me dê a graça de pacientemente levar, pela espinhosa estrada do mundo, a Cruz das minhas lutas, sem separar-me jamais da Vossa santíssima vontade.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Com a cruz é carregado
e do peso acabrunhado.
Vai morrer por teu amor.
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
3ª ESTAÇÃO:
JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.”
(Is 53,5)
Considera-se, nesta terceira estação, como o nosso benigníssimo Senhor, oprimido pelo peso da Cruz e pelos golpes dos malfeitores, cai por terra, a fim de nos obter a graça de não cairmos jamais em pecado.
Beijo, meu Jesus, com todo o afeto, aquele terreno que Vós ensopastes do Vosso sangue na dolorosa queda que sofrestes sob a Cruz. Pelos méritos daquela dolorosíssima pena que então sofrestes, peço-Vos que não permitais jamais que eu caia da Vossa graça; e no caso de eu me encontrar caído, ressurja logo com uma contrição sincera.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Pela cruz tão oprimido
cai Jesus desfalecido,
pela tua salvação!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
4ª ESTAÇÃO:
JESUS SE ENCONTRA COM SUA MÃE

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: ‘Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a tua alma.’”
(Lc 2, 34-35)
Considera-se, nesta quarta estação, a inefável dor que experimentaram reciprocamente Jesus Cristo e a sua Santíssima Mãe ao se encontrarem no caminho do Calvário, a fim de concretizarem piedosamente as profecias de Deus Altíssimo, trazendo ao mundo a redenção.
Oh! Pudesse também eu, ó meu Jesus, consumir-me em pranto por compaixão diante de Vossos tormentos, a fim de que, com as minhas lágrimas, pudesse Vos trazer algum conforto! Neste momento, peço-Vos, ó Jesus, pelas agonias de Vossa Mãe, e a Vós também peço, ó Maria, pelas dores do Vosso Filho, que me comovais o coração e façais com que, chorando até a morte, possa eu ter a bela sorte de encontrar-Vos e estar Convosco para sempre na beatitude do paraíso.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
De Maria lacrimosa,
sua Mãe tão dolorosa
vê a imensa compaixão!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
5ª ESTAÇÃO:
SIMÃO AJUDA JESUS A CARREGAR A CRUZ

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz.”
(Mc 15,21)
Considera-se, nesta quinta estação, como Jesus Cristo permite ser ajudado pelo Cireneu a carregar a Cruz, a fim de ensinar a nós todos a não nos envergonharmos jamais de levar junto com Ele a cruz dos sofrimentos do corpo e da alma.
Meu Jesus, ao refletir sobre a repugnância mostrada pelo Cireneu em Vos ajudar a levar a Cruz, peço-Vos que não deixeis com que eu me recuse a abraçá-la e Vos peço humildemente, também, perdão pela pouca resignação com a qual eu mesmo levei até agora a mística cruz dos sofrimentos. Oh! Que eu não me abata jamais por qualquer luta que eu tenha de enfrentar e que encontre sempre minha delícia em viver e morrer crucificado para todos os gostos do mundo.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Em extremo desmaiado,
deve auxílio tão cansado,
receber do Cirineu!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
6ª ESTAÇÃO:
VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz da Vossa Face. Confiado na Vossa justiça, eu contemplarei a Vossa Face; ao despertar, saciar-me-ei com a visão de Vossa imagem.”
(Sl 4, 7; 16,15)
Considera-se, nesta sexta estação, como Jesus Cristo deixou impressa a imagem do Seu rosto no pano de Verônica, que avançou entre a multidão a fim de enxugá-Lo e, com isso, ensina-nos o dever de desprezar todos os respeitos humanos se queremos ter o Seu retrato esculpido no nosso coração.
Admiro, meu Jesus, a generosa piedade de Verônica, ao avançar sem temor entre a multidão insolente, para enxugar-Vos a face toda gotejante de suor e de sangue; e pelos méritos desta tão bela coragem, peço-Vos que me deis força para vencer todo o respeito humano e para sempre mais avançar no Vosso amor.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
O seu Rosto ensanguentado,
por Verônica enxugado,
eis no pano apareceu!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
7ª ESTAÇÃO:
JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“O Senhor torna firmes os passos do homem e aprova seus caminhos. Ainda que caia, não ficará prostrado, porque o Senhor o sustenta pela mão.”
(Sl 36, 23-24)
Considera-se, nesta sétima estação, como Jesus Cristo cai pela segunda vez sob o peso da sua Cruz para nos obter a força de não recairmos nunca em pecado.
Oh! Não permitais, ó meu Jesus, que com novos pecados eu Vos renove as penas atrocíssimas e as horrendas fadigas por Vós sofridas na segunda queda! A Vossa paixão esteja sempre na minha mente e no meu coração, a fim de que, com todo o desejo de renovação, eu possa corresponder ao Vosso amor com uma fidelidade inalterável ao Vosso santo serviço.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Outra vez desfalecido,
pelas dores abatido,
cai em terra o Salvador!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
8ª ESTAÇÃO:
JESUS CONSOLA AS MULHERES DE JERUSALÉM

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam. Voltando-se para elas, Jesus disse: ‘Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos.’”
(Lc 23, 27-28)
Considera-se, nesta oitava estação, como Jesus Cristo ensinou às mulheres piedosas a chorar por si mesmas em vez de chorar por Ele, a fim de nos ensinar a chorar, antes de qualquer coisa, os nossos pecados que foram a causa de todos os Seus sofrimentos.
É verdade, ó meu adorável Jesus, que eu tenho mais motivos para chorar os meus pecados que os Vossos tormentos. Mas se os meus pecados foram a causa de todas as Vossas penas, é então meu dever que eu chore por compaixão das Vossas dores e por dor dos meus pecados. Concedei-me, pois, o dom das lágrimas, a fim de que eu chore frutuosamente até a morte, para que eu não tenha de chorar depois inutilmente toda a eternidade no inferno.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Das matronas piedosas,
de Sião filhas chorosas,
é Jesus consolador!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
9ª ESTAÇÃO:
JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo para que sigais os seus passos. Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados.”
(I Pd 2, 21-24)
Considera-se, nesta nona estação, a terceira queda de Jesus Cristo. Extremada era sua fraqueza e excessiva a crueldade dos soldados, que queriam fazer-lhe apressar o passo, quando apenas lhe restava forças para mover-se lentamente.
Ó meu Jesus, pelos méritos da debilidade que quisestes padecer em Vosso caminho ao Calvário, dai-me a fortaleza necessária para vencer os respeitos humanos e todos os meus desordenados e perversos apetites, que me tem feito desprezar Vossa amizade. Sustentai-me com a Vossa graça, a fim de que, merecendo estar com os eleitos à Vossa direita no dia do juízo, seja com eles introduzido por Vós no reino da glória.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Cai terceira vez prostrado,
pelo peso redobrado,
dos pecados e da cruz!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
10ª ESTAÇÃO:
JESUS É DESPOJADO DE SUAS VESTES

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“…tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. Disseram, pois, uns aos outros: ‘Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será’. Assim se cumpria a Escritura: ‘Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica.’”
(Jo 19, 23-24)
Considera-se, nesta décima estação, o rubor experimentado por Jesus Cristo ao ser despido diante de todos, a fim de expiar as nossas vaidades e as nossas imodéstias. Depois amargou o fel para descontar os débitos por nós contraídos por tantos pecados.
Oh, Jesus! Pelos méritos da dor que sofrestes, ajudai-me a desnudar-me de todos os afetos às coisas terrenas, para que eu possa pôr todo meu amor em Vós, que tão digno sois de ser amado.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Dos vestidos despojado,
por verdugos maltratado,
eu Vos vejo, meu Jesus!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
11ª ESTAÇÃO:
JESUS É PREGADO NA CRUZ

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, como também os ladrões, um à direita e outro à esquerda. E Jesus dizia: ‘Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.’”
(Lc 23, 33-34)
Considera-se, nesta décima primeira estação, a dolorosa carnificina suportada por Jesus Cristo ao ser estendido e pregado sobre a Cruz, a fim de descontar a pena dos pecados que nós cometemos com todos os sentimentos do nosso corpo.
Fico horrorizado, meu Jesus, ao pensar na bárbara e desumana atrocidade com que Vós fostes pregado, com tão impiedosos golpes, na Cruz; e pelos méritos daquelas dores que provastes em tão horrenda tortura, peço-Vos que me deis o espírito para crucificar, com a mortificação, os meus sentidos, a fim de que não possam nunca se rebelar contra a Vossa santíssima lei.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Sois por mim à cruz pregado,
insultado, blasfemado
com cegueira e com furor!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
12ª ESTAÇÃO:
JESUS MORRE NA CRUZ

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: ‘Tudo está consumado’. Inclinou a cabeça e entregou o espírito. Os soldados quebraram as pernas do primeiro e do outro que com Ele foram crucificados. Chegando, porém, a Jesus, como O vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água.”
(Jo 19, 30; 32-34)
Considera-se, nesta décima segunda estação, como Jesus Cristo, depois de três horas de penosíssima agonia, morreu em meio a dois ladrões sobre a Cruz, a fim de dar a vida a todo o mundo e de tornar doce a nossa morte.
Uma vez que, com Vossa morte, ó meu Jesus, conturbaram-se os céus e a terra, dai-me, peço-Vos, uma contrição vivíssima das minhas culpas, para que eu não seja mais conduzido pelas mesmas coisas insensatas, mas ao invés, com um coração despedaçado pela dor, eu chore continuamente a Vossa paixão e morte.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Por meus crimes padecestes,
meu Jesus, por mim morrestes,
como é grande a minha dor!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
13ª ESTAÇÃO:
JESUS É DESCIDO DA CRUZ

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. Acompanhou-o Nicodemos (aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar.”
(Jo 19, 38-40)
Considera-se, nesta décima terceira estação, a profunda dor de Maria ao ver, entre seus braços, o ensanguentado cadáver de seu Filho. Oh! Salvaguardemo-nos de renovar tão grande tormento à Virgem com os nossos pecados, os quais são uma nova crucifixão de Jesus Cristo.
Orai conosco, ó piedosa Virgem, já que o excesso das minhas falhas deram a morte Àquele que era imortal. Eu me doo por isso o quanto posso e decido sofrer qualquer pena antes de renovar, com o meu pecado, a crucifixão do vosso Filho. Vós, porém, ó Maria, que bem sabeis quanto eu sou frágil e inconstante, obtende-me a força de ser sempre fiel a tão necessário propósito.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
Do madeiro Vos tiraram
e nos braços Vos deixaram
de Maria, que aflição!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
14ª ESTAÇÃO:
JESUS É SEPULTADO

D.: Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos!
T.: Porque, pela Vossa Santa Cruz, redimistes o mundo!
“José tomou o corpo, envolveu-o num lençol branco e o depositou num sepulcro novo, que tinha mandado talhar para si na rocha. Depois rolou uma grande pedra à entrada do sepulcro e foi-se embora.”
(Mt 27, 59-60)
Considera-se, nesta décima quarta estação, a devoção de João, de José de Arimatéia, de Nicodemos e das outras piedosas mulheres ao dar digna sepultura a Jesus Cristo. Oh! Reavivemos a fé e tenhamos com relação a Ele os mesmos sentimentos de devoção, quando, na Sagrada Comunhão, Ele vier se depositar no nosso pobre coração.
Para cavar-me do sepulcro dos meus pecados, Vós quisestes descer à tumba, ó meu Jesus; agradeço-Vos o quanto posso por um benefício assim tão nobre e Vos peço de completar a Vossa obra ao fazer com que, vivendo continuamente na Vossa graça, eu mereça viver Convosco eternamente na glória.
T.: Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
D.: Tem misericórdia de nós, Senhor!
T.: Tem misericórdia de nós, pecadores!
No sepulcro Vos deixaram,
enterrado Vos choraram
magoado o coração!
Pela Virgem dolorosa,
Vossa Mãe tão piedosa,
perdoai-me, bom Jesus.
ORAÇÃO FINAL
D.: Concluamos esta Via-Sacra, rezando como Santo Afonso:
T.: Ó Cordeiro divino, que Vos sacrificastes por nossa salvação! Ó vítima de amor, que fostes consumido de dores sobre a Cruz! Oh! Soubesse eu amar-Vos como Vós o mereceis. Oh! Pudesse eu morrer por Vós, como morrestes por mim! Eu, com meus pecados, causei-Vos sofrimentos durante a Vossa vida; fazei com que eu Vos agrade no resto de minha vida, vivendo só para Vós, meu amor, meu tudo. Ó Maria, minha Mãe, Vós sois a minha esperança; obtende-me a graça de amar a Jesus.
D.: Terminamos o percurso da via-sacra, na qual meditamos e rezamos sobre as principais dificuldades que Jesus enfrentou no caminho até o calvário. Continuemos unidos em Cristo com Maria, vivendo com alegria a presença redentora do Senhor em nossa vida, testemunhando Seu amor hoje e sempre.
T.: Amém! Assim seja!
D.: Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
T.: Para sempre seja louvado!