Reflexões do Papa Emérito Bento XVI sobre São José
Louvado seja o Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo!
“José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.” (Mt 1,16) Esse versículo bíblico vem carregado de grande significado e importância para os filhos de Deus. Depois de Maria, quem seria maior em santidade do que seu esposo! Aquele que tão próximo viveu a ela. Por isso, disse santo Epifânio: “Homem algum foi mais nobre e mais rico que José aos olhos de Deus; nenhum igualou jamais em ciência, pureza e santidade”.
Um excelente resumo sobre a importância da intercessão de São José e dos seus singulares privilégios foi revelado à Serva de Deus Sóror Maria de Ágreda, falecida em odor de santidade:
“Por sua intercessão alcançamos a virtude da castidade e a vitória sobre as tentações contra pureza.
Por sua intercessão alcançamos o poderoso auxílio da graça para sair do pecado mortal e voltar à amizade com Deus.
Por seu intermédio alcançamos a benevolência da Santíssima Virgem Maria e a verdadeira devoção a ela.
Por sua intercessão alcançamos a graça de uma boa morte e a especial proteção contra o demônio nesta hora.
Os espíritos malignos estremecem ao ouvir o nome de São José.
Por sua intercessão alcançamos a saúde do corpo e o auxílio nas mais diversas necessidades.
Por sua intercessão as famílias alcançam a bênção da prosperidade.
E a serva de Deus termina seu relato com estas palavras: “Gostaria de pedir a todos os filhos da Igreja que se façam grandes devotos de São José e haverão de experimentar em si mesmos estes favores, se tiverem a preocupação de se disporem a recebê-los”.
(Do livro A mística cidade de Deus, de Sóror Maria de Agreda).
Recorramos a São José! Supliquemos o seu auxílio, e inigualável conforto receberá a nossa alma, por estarmos protegidos por tão glorioso santo!
Meditemos nestas palavras do Papa Emérito Bento XVI sobre o protetor da Santa Igreja, São José.
REFLEXÕES DO PAPA EMÉRITO BENTO XVI SOBRE SÃO JOSÉ

O SILÊNCIO DE SÃO JOSÉ
O seu silêncio é permeado de contemplação do mistério de Deus, em atitude de total disponibilidade à vontade divina. Em síntese, o silêncio de São José não manifesta um vazio interior mas, ao contrário, a plenitude de fé que ele traz no coração, e que orienta todos os seus pensamentos e todas as suas ações.
Um silêncio graças ao qual José, em uníssono com Maria, conserva a Palavra de Deus, conhecida através das Sagradas Escrituras, comparando-a continuamente com os acontecimentos da vida de Jesus; um silêncio impregnado de oração constante, de oração de bênção do Senhor, de adoração da sua santa vontade e de confiança sem reservas na sua providência.
Não se exagera, se se pensa que precisamente do ‘pai’ José, Jesus adquiriu no plano humano aquela vigorosa interioridade, que é o pressuposto da justiça autêntica, da ‘justiça superior’, que um dia Ele ensinará aos seus discípulos (cf. Mt 5, 20).
Deixemo-nos ‘contagiar’ pelo silêncio de São José! Temos tanta necessidade disto, num mundo muitas vezes demasiado ruidoso, que não favorece o recolhimento, nem a escuta da voz de Deus.
(Papa Bento XVI – Mensagem durante a oração do Angelus, no dia 18 de dezembro de 2005).
O EXEMPLO DE SÃO JOSÉ
Apraz-me recordar que era muito devoto de São José também o amado Papa João Paulo II, o qual lhe dedicou a Exortação apostólica Redemptoris Custos (Guarda do Redentor) e certamente experimentou a sua assistência na hora da morte.
A figura deste grande Santo, mesmo sendo bastante escondida, reveste na história da salvação uma importância fundamental. Antes de tudo, pertencendo ele à tribo de Judá, ligou Jesus à descendência davídica, de forma que, realizando as promessas sobre o Messias, o Filho da Virgem Maria se pôde tornar verdadeiramente “filho de David”.
O Evangelho de Mateus, de modo particular, ressalta as profecias messiânicas que encontraram cumprimento mediante o papel de José: o nascimento de Jesus em Belém (2, 1-6); a sua passagem através do Egito, onde a Sagrada Família se tinha refugiado (2, 13-15); a alcunha “Nazareno” (2, 22-23). Em tudo isto ele demonstrou-se, ao mesmo nível da esposa Maria, herdeiro autêntico da fé de Abraão: fé no Deus que guia os acontecimentos da história segundo o seu misterioso desígnio salvífico.
A sua grandeza, ao mesmo nível da de Maria, sobressai ainda mais porque a sua missão se desempenhou na humildade e no escondimento da casa de Nazaré. De resto, o próprio Deus, na Pessoa do seu Filho encarnado, escolheu este caminho e este estilo a humildade e o escondimento na sua existência terrena.
O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou. Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e difícil missão educativa.
Aos sacerdotes, que exercem a paternidade em relação às comunidades eclesiais, São José obtenha que amem a Igreja com afeto e dedicação total, e ampare as pessoas consagradas na sua jubilosa e fiel observância dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência. Proteja os trabalhadores de todo o mundo, para que contribuam com as suas várias profissões para o progresso de toda a humanidade, e ajude cada cristão a realizar com confiança e com amor a vontade de Deus, cooperando assim para o cumprimento da obra da salvação.
(Papa Bento XVI, Mensagem durante a oração do Ângelus, no dia 19 de março de 2006).
Reflexão
Se o desânimo vos invadir, pensai na fé de José, se a inquietação se apoderar de vós, pensai na esperança de José, descendente de Abraão que esperava conta toda a esperança; se a aversão ou o ódio penetrar, pensai no amor de José, que foi o primeiro homem a descobrir o rosto humano de Deus na Pessoa do Menino concebido pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Bendigamos a Deus, o Pai de Jesus Cristo, por nos ter dado José como exemplo e modelo do amor.
(Papa Bento XVI, em visita à África no ano de 2009).

VIDA DE SÃO JOSÉ
Queria ainda dirigir uma exortação particular aos pais de família, uma vez que São José é o seu modelo. Este santo revela o mistério da paternidade de Deus sobre Cristo e sobre cada um de nós. São José pode ensinar-lhes o segredo da sua própria paternidade, ele que velou pelo Filho do Homem. Também cada pai recebe de Deus os seus filhos, criados à semelhança e imagem d’Ele. São José foi o esposo de Maria. Também cada pai de família se vê confiar-lhe o mistério da mulher através da própria esposa. Como São José, queridos pais de família, respeitai e amai a vossa esposa, e guiai os vossos filhos, com amor e a vossa vigilante presença, para Deus onde eles devem estar (cf. Lc 2, 49).
Finalmente, a todos os jovens aqui presentes, dirijo uma palavra amiga e encorajadora: diante das dificuldades da vida, não percais a coragem! A vossa existência tem um valor infinito aos olhos de Deus. Deixai-vos agarrar por Cristo, aceitai dar-Lhe o vosso amor e – porque não! – vós mesmos no sacerdócio ou na vida consagrada. É o serviço mais alto. Às crianças que já não têm um pai ou que vivem abandonadas na miséria da estrada, àquelas que foram violentamente separadas dos seus pais, maltratadas e abusadas, e incorporadas à força em grupos militares que imperam em alguns países, quero dizer: Deus ama-vos, não vos esquece e São José vos protege. Invocai-o com confiança.
(Papa Bento XVI, Homília no dia 19 de março de 2009, em visita à África).
ATO DE CONSAGRAÇÃO A SÃO JOSÉ
“São José, consagro-me inteiramente a ti. Sê tu meu pai
e protetor, meu guia no caminho da salvação.
Alcançai-me uma grande pureza de coração
e um profundo desejo para a vida interior.
Ajudai-me a seguir o teu exemplo e que eu faça todas as obras
para a maior glória de Deus, a fim de que esteja como tu sempre
unido ao divino Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de
Maria. Amém”.