Conversa entre: CATÓLICO, PROTESTANTES E CATÓLICOS NÃO PRATICANTES – Parte 6

VOCAÇÃO DE JESUS!
Deus seja amado com todas as forças de nosso coração e de nossa alma.
28/06/2021

Antes de iniciar a leitura dessa meditação, aconselho você a se preparar interiormente através desse método de RECOLHIMENTO DIANTE DE DEUS.
https://vocacaodejesus.com/meditacao/recolhimento-diante-de-deus/

CAPÍTULO 1

A LUA DEBAIXO DOS SEUS PÉS

Mais um dia de reunião na casa de Russel e Natália. Eles estão no jardim. Natália segura o Igor nos braços, quando vê Pedro estacionando o carro em frente da casa deles. Pedro desce, sorriem e se cumprimentam com os olhos. Russel está trocando uma luz verde, que do chão ilumina uma palmeira, deixando suas folhas mais verdes.

– Boa noite, Russel, Natália e Igor. Trouxe comigo o meu amigo Mateus, como lhes avisei ontem, quando liguei perguntando se podia trazê-lo para a conversa na casa de vocês. Como lhes disse, hoje ele é católico, mas já foi pastor protestante.

– Boa noite, Mateus! Seja bem-vindo à nossa casa.

– Boa noite! Obrigado! É um prazer conhecê-los. – diz Mateus.

Russel pergunta a Pedro e Mateus se a lâmpada verde fica melhor à direita ou à esquerda da palmeira. Pedro diz que à direita, Mateus concorda. Natália está mostrando a lua para seu filho Igor. É lua cheia, ela está bem arredondada, muito grande e iluminada, a ponto de sua luz se sobressair à luz dos postes da rua. Russel coloca seu braço no ombro de sua mulher e também fala da lua para seu filho. Pedro também fala da lua:

– Deus nos dê a graça de compreendermos a palavra Dele, que, falando sobre a Mulher, diz que “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas”. (Ap 12,1)

Um outro carro chega e estaciona. É Flávio, sua esposa e uma moça que os acompanha. Logo atrás, outro carro com os dois pastores e um rapaz. Russel acolhe a todos e os convida para entrarem. Flávio apresenta a moça:

– Esta é a Katharina Bora, irmã de Susannah.

Natália recepciona a jovem.

– Muito prazer! Boa noite a todos. Seja bem-vinda, Katharina.

Pedro diz:

– Se não me engano, Bora é um nome alemão.

– É, meu pai queria colocar Katharina von Bora, mas minha mãe pediu para tirar o von.

O pastor Melâncton, com a Bíblia debaixo do braço, diz:

– Irmãos! ALELUIA! ALELUIA! Jesus é o Senhor! Este rapaz aqui é o Leonhard Koppe, filho do pastor Calvino. Falamos pra ele da nossa conversa, e ele então pediu para vir. Está se preparando para ser pastor.

– Boa noite! ALELUIA! ALELUIA! Jesus é o Senhor! – diz o rapaz.

Pastor Melâncton, surpreso, pergunta para Mateus:

– Pastor Mateus! Você, por aqui!?

– Pastor Melâncton, não sou mais pastor.

– Não??!!! O que houve, irmão? Cedeu à tentação do Satanás?

– Não. Cedi à inspiração do Espírito Santo. Eu estava cheio de orgulho, cego, mas pensava que era humilde. Pensava que estava certo no caminho que estava indo. Mas Deus, em Sua bondade e misericórdia, teve piedade de mim, desencaminhou-me do caminho do erro e me encaminhou para o caminho do acerto.

– Ah! Depois falamos sobre isso. Irmãos! Aleluia! Aleluia! O futuro pastor Leonhard tem uma palavra de Deus para todos nós.


CAPÍTULO 2

O ÍDOLO SOBRE A MESA. MAS, QUE ÍDOLO?

– Mais uma vez, boa noite a todos. Irmãos, o pastor Melâncton e o pastor Calvino, meu pai, disseram-me que vocês aqui são pessoas boas, educadas e estão procurando a verdade. Estou aqui, no Nome de Jesus, para dizer a verdade. Queria começar falando sobre um ídolo que está sobre aquela mesa.

Natália, sobressaltada, diz:

– Ídolo sobre a mesa? Mas que ídolo?

– A Bíblia diz que não devemos fazer esculturas, figuras, para nós. Abram a Bíblia em Ex 20, 3-4, para vermos o que Deus diz: “Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra”. Irmãos! Como acabamos de ler, está escrito que não devemos ter imagens de ídolos em nossa casa, nem nas igrejas.

– Eu não sabia que a Bíblia dizia isso. Russel, e agora!? Vamos jogar fora essa imagem de Nossa Senhora de Fátima?

– É, está escrito mesmo na Bíblia. Vamos ter de dar fim nessa imagem.

Pedro fala:

– Russel, Natália, com licença! Leonhard, Katharina e Susannah, no entender de vocês, essa imagem de Nossa Senhora de Fátima deve ser quebrada, destruída?

Leonhard responde:

– Sim! Imediatamente. Pois está escrito na Bíblia que é proibido fazer imagens de ídolos.

Katharina diz:

– Eu e Susannah também achamos que devemos obedecer a Bíblia.

Pedro pergunta:

– E se estivesse escrito na Bíblia que poderia fazer imagens, teria algum problema?

– Não, porque estaria escrito. Mas não está, está escrito que é proibido.

– E se eu mostrar na Bíblia que Deus manda fazer imagens?

Katharina diz:

– Essa ordem não está escrita na Bíblia.

Susannah fala:

– Deus não se contradiz, não tem na Bíblia uma ordem de Deus mandando fazer imagens.

– E se eu mostrar que Deus mandou fazer imagens?

Katharina, com certo desdém, diz:

– Mostre!

– Quero fazer um desafio. Já que vocês, Katharina, Susannah e Leonhard, dizem que na Bíblia não tem essa ordem de Deus, eu vou procurar essa passagem. Se tiver na Bíblia, vocês três vão me prometer que vão pedir a Deus a luz para entender o porquê de na Bíblia ter passagens em que Deus manda fazer imagens e proíbe fazer imagens.

Com sorriso entre lábios, Katharina diz:

– Se na Bíblia tiver Deus mandando fazer imagem, eu vou ser católica.

Flávio pergunta à mulher dele:

– E você, Susannah? Se tiver essa passagem na Bíblia, em que Deus manda fazer imagens, você vai fazer igual à sua irmã, e passar a ser católica?

– Nem tenho medo. Não tem essa passagem na Bíblia. Se tiver, vou ser católica também.

Katharina e Susannah se olham e riem. Flávio se dirige a Leoanhard.

– E você, Leonhard? Se a Bíblia mandar fazer imagens, você também será católico?

Quando Leonhard vai responder, o pastor Calvino tenta falar; mas Leonhard, tomando a frente dele, diz:

– Fique tranquilo, pai, não tem isso na Bíblia. Se tiver, eu vou ser católico também, mas se não tiver, você, Flávio, volta a ser protestante; e o Pedro, se não achar na Bíblia, também vai ser protestante.


CAPÍTULO 3

TRÊS NOVAS CONVERSÕES

Pedro diz:

– Tudo bem, Flávio. Podemos aceitar o desafio! Se não tiver essa ordem de Deus na Bíblia, você volta ao protestantismo, e eu vou ser protestante; mas se eu mostrar na Bíblia que Deus manda fazer imagens, vocês três vão ser católicos mesmo?

– Vamos!

– Vocês vão cumprir a palavra?

– Vamos.

– Se vocês cumprirem a palavra, a Igreja católica acabou de ganhar a conversão de mais 3 protestantes. Vamos ver o que Deus mandou fazer sobre a tampa da Arca da Aliança. Por favor, abram suas Bíblias em Ex 25,18-22. Russel, por favor, leia para nós.

“Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro,  fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão esses querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada. Colocarás a tampa sobre a arca e porás dentro da arca o testemunho que eu te der. Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.”

Quando Russel começou a ler, Katharina e Susannah se olharam. Leonhard, quase sem respirar, conferiu em sua bíblia se era verdade o que ele estava ouvindo. Pedro pergunta:

– Katharina! Agora que você é católica, diga-me, por favor: o que Deus mandou fazer sobre a tampa da Arca da Aliança.

– Calma! Estou muito surpresa, estou sem entender, mas está na Bíblia? Deus mandou fazer dois querubins de ouro um de frente para o outro? Pastor, me empreste sua Bíblia, deixe-me ver se é verdade. 

Meu Deus, é verdade! Está mesmo na Bíblia.

– Susannah, em que local Deus diz a Moisés que virá dar suas ordens para os israelitas?

– Estou como minha irmã, muito surpresa, mas realmente está escrito. Deus disse que viria dar as ordens de cima da tampa do meio dos querubins. Flávio! Vou dizer uma coisa que vai deixar você alegre. Eu vou cumprir minha palavra. De hoje em diante, serei católica. E você, Katharina?

– Susannah, jamais iria imaginar que sairia de casa protestante e voltaria católica. Eu também vou cumprir minha palavra. Desse momento em diante, sou católica. E você, Leonhard. Vai cumprir ou quebrar a palavra?

– Quando comecei a ler em minha Bíblia o que Russel ia lendo, eu entrei em desespero; queria sair daqui correndo para casa. Perguntei-me por que fui fazer a promessa que fiz. Então, orei: Senhor, o que faço diante da promessa que fiz? Devo ser católico? Perguntei a Deus o que fazer.  Pedi uma mensagem, abri a Bíblia e caiu em Mt 5, 37, Jesus dizendo: “Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno”. Não sei se serei um bom católico, tenho muitas reservas, desconfianças, mas vou cumprir a palavra.


CAPÍTULO 4

SABEDORIA, INTELIGÊNCIA E HABILIDADE PARA TODA SORTE DE OBRAS

Pedro se levanta e pergunta se pode acolhê-los como católicos lhes dando um abraço. Eles respondem que sim. Pedro os abraça, pede a Russel e Natália que os abracem também. Não houve choro, só sorrisos. Pastor Melâncton e pastor Calvino estavam muito sérios, com os rostos fechados. Após todos se sentarem, Pedro diz:

– Leonhard, tem mais coisas para vermos. Vamos ver o que Deus mandou fazer com as dez cortinas do tabernáculo. Por favor, abra sua Bíblia em Ex 26,1 e leia para nós.

“Farás o tabernáculo com dez cortinas de linho fino retorcido de púrpura violeta, púrpura escarlate e de carmesim, sobre as quais alguns querubins serão artisticamente bordados”.

(Ex 26,1)

– Leonhard! Deus queria que o Tabernáculo fosse imponente, cheio de uma variedade de artes humanas. Para que seu desejo fosse realizado, Deus concedeu diversos dons aos que trabalhavam na construção do Tabernáculo. Vamos ver que desígnio de vida Deus deu a Beseleel, que para ser capaz de fazer o que Deus queria que fosse feito, teve que receber Dele um espírito divino, para que ele tivesse sabedoria, inteligência e habilidade para toda sorte de obras.  Leia Ex 35,30-35.

“Moisés disse aos israelitas: ‘Vede: o Senhor designou Beseleel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá; encheu-o de um espírito divino para dar-lhe sabedoria, inteligência e habilidade para toda sorte de obras: invenções, trabalho em ouro, em prata e em bronze, gravação de pedras de engaste, trabalho em madeira, execução de toda espécie de obras.

Concedeu-lhe também o dom de ensinar, assim como a Ooliab, filho de Aquisamec, da tribo de Dã. Dotou-os de talento para executar toda sorte de obras de escultura e de arte, de bordados em estofo de púrpura violeta e escarlate, de carmesim e de linho fino, e para a execução assim como o projeto de toda espécie de trabalhos’.”

(Ex 35, 30-35)

– Katharina, por favor, leia Ex 6, 8.

“Os mais hábeis entre os operários construíram o tabernáculo: dez cortinas de linho fino retorcido, púrpura violeta e escarlate, e carmesim com querubins artisticamente bordados”.

(Ex 6,8)

– Susannah, na construção do Templo de Jerusalém, Deus deu muitas inspirações a Salomão, como habilidades aos executores de diversas obras de arte. Leia 1Rs 7,29

Representação do Interior do templo de Salomão

“Nos painéis enquadrados de molduras, havia leões, bois e querubins, assim como nas travessas igualmente. Por cima e por baixo dos leões e dos bois, pendiam grinaldas em forma de festões”.

(I Rs 7, 29)

– Leia também 1 Rs 6,23-38

“No santíssimo, Salomão mandou instalar dois querubins de madeira de oliveira de dez côvados de altura […]. Salomão revestiu os querubins de ouro. Mandou também esculpir, nas paredes em redor do templo, figuras variadas: querubins, palmas, cálices de flores […]” .

(1 Rs 6,23-38)

– Katharina, vamos ver por que Deus castigou o povo que morria mordido pelas serpentes ardentes, e que imagem Deus mandou fazer para que não morresse quem fosse picado por elas. Por favor, leia Nm 21, 5-9.

“Mas o povo perdeu a coragem no caminho, e começou a murmurar contra Deus e contra Moisés: ‘Por que, diziam eles, nos tirastes do Egito, para morrermos no deserto onde não há pão nem água? Estamos enfastiados deste miserável alimento.’

Então o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que morderam e mataram muitos.

O povo veio a Moisés e disse-lhe: ‘Pecamos, murmurando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes.’ Moisés intercedeu pelo povo, e o Senhor disse a Moisés: ‘Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo.’

Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida.”

(Nm 21, 5-9)

Katharina pergunta:

– Pedro! Estou vendo agora que Deus mandou fazer imagens, e também proibiu, mas ainda não entendo o motivo. Pode me explicar?

– Katharina! Deus também se comunica conosco, e nós com Ele, através das coisas humanas, porque nossa humanidade é sensível às coisas visíveis. Você usou as palavras, “mandou” e “proibiu”. O que isso quer dizer? Quer dizer que existem imagens que podem ser feitas com a bênção de Deus, e outras que são proibidas, sob pena de maldição.

As que Deus mandou fazer, as permitidas, são as que levam à lembrança e ao aumento da fé em Deus. As imagens dos querubins fazem pensar em Deus, que está no Céu; Deus que criou os Anjos que O servem. Fazem-nos também lembrar que a vida não existe somente aqui na terra, mas que morreremos e um dia iremos para o Céu. Apesar de que tem gente que prefere ir para o inferno. Pensar na existência dos Anjos aumenta nossa fé, pois meditamos sobre Deus como Criador dos Anjos, dos homens, e de todas as coisas.

Povo hebreu, adorando o bezerro de ouro

As imagens proibidas são as que são feitas para esquecer ou negar a existência de um só Deus verdadeiro. Não é permitido fazer imagens de deuses que não existem, nem é permitido fazer imagens de demônios ou imagens de qualquer coisa, do céu ou da terra, para adorar, como se tal coisa fosse Deus.

Essa conversa que estamos tendo, fazendo-nos ler o que está na Bíblia, já está libertando você da doutrinação da mentira. Antes só lhe falavam que Deus proibiu fazer imagens, não lhe falavam que Ele mandou fazer imagens. Essas pessoas assim o fazem porque têm o objetivo de prender as pessoas na religião deles, atacando a Igreja Católica, chamando-a de idólatra. Mas na doutrina da verdade, são-lhes mostrados os dois lados; é mostrada a verdade para você ir para Deus, e não para lhe prender em uma religião fundada por homem.


CAPÍTULO 5

SATANÁS É MESTRE EM USAR TEXTOS E VERSÍCULOS BÍBLICOS ISOLADOS

Daqui para frente, fique atenta contra pessoas, demônios e até você mesma, para não se complicar ou até mesmo se perder com passagens isoladas da Sagrada Escritura. Não esqueça que pegaram uma passagem isolada para você, explicaram segundo suas intenções, e assim você ficou presa na mentira todos esses anos.

Isso é obra do Diabo. Satanás é mestre em usar textos e versículos bíblicos isolados para tentar enganar as pessoas. Ele tentou usar essa técnica até com Jesus. Quando tentou Jesus, ele usou um versículo isolado do Salmo 90; mas Jesus, conhecedor da Palavra de Deus, respondeu-lhe com um versículo de Deuteronômio.  Leia Mt 4,6-7.

“Se és Filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito: Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra (Sl 90,11s). Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus (Dt 6,16).”

– Leonhard! Tem uma passagem bíblica que você leu muito para os outros. Queria que você lesse agora. Penso que você a verá de outro modo. Leia, por favor.

– Pedro, você não disse qual é.

– É a que você leu muitas vezes para os outros: Sl 113, 4-8.

– É verdade! Como você sabe que eu li muitas vezes para os outros?

– Você era protestante, foram dadas a vocês somente as passagens que, usadas fora de contexto, fazem os outros pensarem que a Igreja Católica é idólatra. Ela é uma das mais lidas pelos protestantes. Releia.

“Os ídolos das nações são prata e ouro, feitos por mãos humanas; têm boca e não falam, têm olhos e não veem, têm ouvidos e não ouvem, têm nariz e não cheiram. Têm mãos e não palpam, têm pés e não andam; da garganta não emitem sons”

(Sl 113, 4-8)

– Após ter relido, como você entende agora esses versículos?

BAAL ou MOLOQUE, o deus do aborto

– Antes eu realmente pensava que esses versículos se referiam à Igreja Católica, mas, relendo com atenção na Bíblia, estou entendendo que os ídolos falsos se referem aos ídolos das nações pagãs, como diz o versículo 4, e não à Igreja Católica. Ídolo falso representa um deus falso, uma imagem inanimada que representa alguma coisa como se fosse Deus, mas é um “deus” que existe somente na cabeça das pessoas enganadas. São imagens pagãs, cujo objetivo é, pela fé ou adoração a elas, desprezar o Deus único e verdadeiro.

– Katharina, Susannah, Leonhard! Se entendemos a Palavra de Deus fora do contexto, ao lermos Deus dizendo para não fazermos imagem nenhuma do que há em cima no céu e aqui na terra, então nem vídeos, que são imagens em movimento, pinturas, fotografias, poderíamos ter de nossos familiares, pois estaríamos desobedecendo a ordem de Deus. Mas lendo dentro do contexto onde Deus deixa claro quais são as imagens que podemos ter, ficamos com a consciência tranquila ao termos conosco vídeos, fotografias de nossos familiares, quadros e imagens dos santos católicos.


CAPÍTULO 6

SOBRIEDADE DA IGREJA CATÓLICA QUANTO ÀS IMAGENS

A Igreja Católica é muito sóbria em nos ensinar a santa doutrina. Ela nos ensina a distinguir a latria da dulia, da hiperdulia e da idolatria.

Latria quer dizer “adorar”, só se adora a Deus. Dulia quer dizer “honrar”, “venerar”. Hiperdulia, é o “culto acima da honra”, “da veneração”, sem que se transforme numa adoração. Idolatria é a adoração ao ídolo. É culto prestado ao que não é Deus.

Dulia é a devida veneração aos santos, como: São José, os mártires e outros santos, que em vida viveram a santidade até morrer.

Hiperdulia é o culto especial dado somente a Maria Santíssima, como Mãe de Deus. É exclusivo a Ela. Nossa Senhora foi colocada por Deus em posição privilegiada, está acima dos santos e dos anjos, porém esse culto não deve alcançar a latria, que é o louvor e adoração dado somente a Deus.

No livro “Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral da Igreja católica” (Denzinger-Hünermann, 581. O culto das sagradas imagens), lemos uma carta dos anos 726/730, endereçada ao imperador Leão III Isáurico, cognominado “o iconoclasta”, a qual alguns atribuíram a Gregório III (outros discordam), em que podemos ver como os católicos diferenciavam bem a latria da dulia, da hiperdulia e da idolatria.

“E dizes que nós adoramos pedras, paredes e painéis de madeira. Não é assim como dizes, ó Imperador, mas para nossa memória e nosso estímulo, e para que nossa mente lerda e fraca seja dirigida para o alto por meio daqueles aos quais se referem esses nomes, invocações e imagens; e não como se fossem deuses, como tu dizes – longe de nós! De fato, não pomos nossa esperança nesses ‘objetos’.
E se é uma imagem do Senhor, dizemos: Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, socorre-nos e salvai-nos. Se é da sua santa Mãe, dizemos: Santa mãe de Deus, mãe do Senhor, intercede junto ao teu Filho, nosso verdadeiro Deus, para a salvação das nossas almas!
Se é do mártir, dizemos: Ó santo Estêvão, protomártir, tu que derramaste o sangue pelo Cristo, com tua liberdade de falar, intercede por nós! E para qualquer mártir que venceu o martírio, assim dizemos, elevamos semelhantes orações por meio deles. E não é verdade que chamamos os mártires de deuses, como dizes, ó Imperador”. 

Para ler “Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral da Igreja católica” clique aqui: 

https://apostoladonovosmares.files.wordpress.com/2016/05/compc3aandio-dos-sc3admbolos-definic3a7c3b5es-e-declarac3a7c3b5es-de-fc3a9-e-moral.pdf


CAPÍTULO 7

EU NÃO DIALOGAVA, EU TEIMAVA,  IMPACIENTAVA-ME E AINDA ME EXALTAVA

Estou falando há muito tempo, desculpem se lhes canso.

– Cansaria se fosse bobagem. O que você está falando é útil a todos nós. Fale mais.

– Então tá! Depois eu falo mais, mas agora eu gostaria que nós escutássemos meu amigo Mateus, que está calado somente nos ouvindo. Mateus foi pastor protestante, converteu-se ao catolicismo sozinho, por meio do conhecimento da história do cristianismo a partir dos Apóstolos. Mateus, conte sua história para nós.

– Antes, queria dizer que estou participando da reunião, ouvindo e gostando demais. Quanto a mim, tudo começou quando estava tentando converter ao protestantismo uma católica. Ela segurava um Terço. Eu falava, ela respondia. A conversa estava boa, mas teve um momento que, quando eu falava, ela nada respondia. Eu perguntei se ela estava me ouvindo. Ela disse que sim, mas que não adiantava me responder, pois já tinha me dito a verdade e me explicado, mas eu não dialogava, eu teimava, impacientava-me e ainda me exaltava.

Disse que tinha decidido me colocar nas intenções dos Terços que rezava a Nossa Senhora. Eu perguntei como uma senhora tão inteligente acreditava em superstições de Terços. Ela me disse que Nossa Senhora iria me responder. No dia, eu pensei: essa é daquelas católicas idólatras fanáticas, nunca vai se entregar a Jesus.

Enquanto eu pensava isso, ela, olhando-me, disse: “Pastor Mateus! O senhor nunca perguntou a Deus se estava na religião certa ou errada. Se a religião católica, que o senhor tem como errada, não seria a certa?” Eu respondi que não precisava perguntar, porque tinha conhecido a Jesus na igreja protestante, hoje chamada de evangélica, e me entregado a Ele, e Ele cuidava de mim.

Ela perguntou: “O senhor tem certeza que já está salvo por causa da fé, não é?” Eu respondi que sim, pois somos salvos pela fé, e não pelas obras. Ela, então, disse: “Pastor, faz mal o senhor perguntar a Deus se a religião católica é a certa ou a errada? Se Deus quer o senhor no catolicismo ou no protestantismo? O senhor tem medo de fazer essa pergunta a Deus? Pastor, faça essa pergunta a Deus em oração, com muita sinceridade”.

No dia, vi que a conversa não ia dar em nada, ela não iria mesmo se converter. Disse a ela que já tinha de ir. Despedi-me. Ela ergueu o Terço e disse que iria se lembrar de mim em seus Terços. Não queria ser grosseiro com ela, mas no pensamento eu cortei e expulsei Satanás no Nome de Jesus.

A pergunta que ela queria que eu fizesse a Deus não saía de minha cabeça. Contudo, eu a ignorava, achava que estava no caminho certo. Então, não iria perguntar a Deus, pois seria um ato de pouca fé. Passou-se um ano, e a sugestão dela, que passou dias em minha cabeça, tinha sumido.


CAPÍTULO 8

NEM EU NEM OS OUTROS ABRIMOS MÃO DE INTERPRETAR A BÍBLIA

Nesse período, começou um Congresso de Pastores e Líderes, cujo objetivo era unificar as igrejas, unificar os pastores, os líderes, os missionários, preparando-os para fomentar uma reflexão sobre a missão integral da igreja. Foi um bom Congresso, sentia-se a presença do Espírito Santo, as pregações foram boas. Todos compreendemos a importância de estarmos unidos.

Porém, esse congresso foi diferente dos outros. Aconteceu nele o que nunca tinha acontecido antes. Vi, nos intervalos, os pastores discordando entre si. Essa situação me chamou a atenção. Perto deles, ouvindo, sem nada dizer, caí em mim! Vi uma realidade que não queria ver. Nós, pastores, discordamos em diversos temas bíblicos, cada um de nós tinha sua própria opinião, pois cada um de nós se sentia no direito do qual nenhum de nós abria mão, que era a liberdade de interpretar a Bíblia seguindo nossas inspirações e raciocínios, que considerávamos conduzidos pelo Espírito Santo sem margem de erro.

Passei a ver, neste dia, o que não via antes. Essa discordância não era somente nos intervalos daquele Congresso, mas se estendia ao dia a dia de todos os dias na vida das igrejas e dos pastores. Depois desse congresso, essa percepção começou a me inquietar dia e noite. Eu me acalmava quando dava a mim mesmo a desculpa, pensando: é isso mesmo, o ser humano é falho. Com o tempo passando, esse pensamento não me acalmava mais. Comecei a sentir que esse algo errado era algo muito grave, mas eu não conseguia descobrir o que era.


CAPÍTULO 9

A BÍBLIA FOI TRANSFORMADA NA INTERPRETAÇÃO DO PASTOR

Um dia, conversando com outros quatro pastores, chegamos a discutir, pois cada um de nós tinha sua própria interpretação bíblica sobre diversos temas; entre estes temas, estava a teologia da prosperidade.

O ponto forte da discussão foi quando eu disse que a Teologia da Prosperidade é o materialismo, a mentira e a ganância; a perdição, disfarçada de teologia. Disse que era pecado grave enganar o povo prometendo milagres financeiros e fazendo o povo entender que ter coisas, ter poder, ter saúde perfeita é um dom do alto. Disse que era errado, na pregação, focar em falar da importância de ganhar dinheiro mais do que na importância de salvar a alma.

Disse que era usar o Nome de Deus em vão fazer as pessoas acreditarem que, quanto mais dinheiro elas doassem à igreja, mais Deus lhes daria; que esse pecado leva ao inferno. Disse que é errado usar as palavras de modo que as pessoas acreditem que o dinheiro é como se fosse uma coisa mágica, que vem de Deus e se multiplica nas mãos, na medida em que ele é doado na igreja.

Um pastor concordou comigo, mas os outros discordavam. Todos nós, com a Bíblia na mão, cada qual escolhendo o versículo bíblico para confirmar o que dizia. Um deles disse: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria.” (2Cor 9,7) Aí começou a explicar que, quanto mais fizéssemos os crentes darem dinheiro com alegria na igreja, mais Deus os iria amar e abençoar.

Outro pastor disse: “Em 2Cor 9, 6 diz que o tamanho da oferta é o tamanho da prosperidade”. Perguntei a esse pastor quanto tempo fazia que ele não pregava o que Paulo fala a Timóteo 6,10, dizendo que “a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições”. Ele não respondeu. Outro pastor abriu sua Bíblia, dizendo: “Eis o que Deus diz: ‘Sou Eu quem conheço os planos que tenho para vós, diz o Senhor, planos de fazer-vos prosperar e não de causar dano, planos de vos dar esperança e um futuro.” (Jr 29, 11)

Cada pastor falou e citou o texto bíblico que lhe convinha. Essa discussão entre nós não levou a nada. Passamos, então, a discordar biblicamente sobre o casamento entre os mesmos sexos, o batismo, a ciência e a política. Esses assuntos nos esgotaram mentalmente. Todos nós tínhamos a Bíblia na mão, e cada um de nós fundamentava seu pensamento citando versículos bíblicos que confirmavam o que dizíamos, cada um de nós tinha certeza de que estava certo.


CAPÍTULO 10

FALSAS CONVICÇÕES DE QUE SE ESTÁ CERTO

A mesma certeza que eu tinha de que o Espírito Santo me inspirava na leitura e estudo bíblico, eles também tinham. Em certo momento, quando todos falavam ao mesmo tempo, estávamos todos impacientes uns com os outros. Eu silenciei, olhei para meus colegas pastores, homens bons, bem intencionados; olhei para mim, e pensei: assim como estou convicto de que é o Espírito Santo que me inspira e fala por mim nas pregações, assim esses meus colegas também estão convictos. A convicção que cada um de nós tem de ser conduzido pelo Espírito Santo na interpretação da Bíblia, não é uma convicção que vem de Deus, pois como pode o mesmo Espírito dar diferentes interpretações para o mesmo assunto?

Essa reunião me fez sentir muito mal, vendo como nós somos; como cada um de nós prega as próprias “verdades”, achando que são verdades de Deus. Esse sentimento ruim me deu arrependimento do que tenho pregado. Deixei de acreditar no que ensinamos entre nós: ensinamento de que nós, protestantes, somos fiéis à Bíblia, cremos na Bíblia e não na interpretação pessoal do pastor.

Isso é mentira. Cada um de nós, nessa reunião, era pastor de uma igreja. Cada um de nós interpretava a Bíblia ao seu modo, e os membros das nossas igrejas acreditam no que dizemos a eles, pensando que estão acreditando na Bíblia, porque usamos a Bíblia para apoiar o que dizemos. Percebi que esse problema não tem solução, pois cada um de nós é seu próprio líder. Cada um de nós, nessa reunião, era líder de várias igrejas, cada uma com pastores submissos a nós. Os meus pastores acreditavam em mim; os pastores das outras igrejas acreditavam cada qual em seus pastores. E estes pastores éramos nós nessa reunião.


CAPÍTULO 11

A MENTIRA PODE UNIR OS ENGANADOS

Nós, protestantes, dizemos que o que nos une é a Bíblia, mas não é verdade. Nós nos unimos, e nos unimos bem, usando passagens Bíblicas (e não a verdade Bíblica) contra a Igreja Católica, mas não conseguimos nos unir contra a mentira e os erros que combatem a fé dos cristãos. Nossa união é mais feita de acusações contra a Igreja Católica do que de amor a Deus e à verdade que liberta.

Atualmente, os protestantes têm mais de 60 mil igrejas no mundo, cada qual com seu nome e seu pastor. Deus não constituiu um líder sobre essas 60 mil igrejas, cada qual é livre para interpretar a Bíblia como quer, segundo a regra que todos creem. Todos creem na regra da Sola Scriptura, na qual a própria Bíblia diz como sua autodefinição é feita. É a Bíblia que interpreta a própria Bíblia; a Bíblia é o Juiz Supremo sobre todo pensamento, é a única regra de fé e prática que todos devem seguir.

Pensando sobre isso, pedi para terminamos a conversa e irmos para casa. Já era hora do almoço. Outro dia continuaríamos a conversa. Fui a pé para minha casa, que ficava a oito quarteirões de onde estávamos reunidos. Era um dia muito quente. Fui por dentro da feira que tem na rua todos os sábados, porque pegava mais sombra até chegar em casa.


CAPÍTULO 12

É NECESSÁRIO FAZER A PERGUNTA A DEUS

Eu ia me sentindo mal espiritualmente. Estava de cabeça baixa, quando senti uma água fria respingar em minha mão direita. Quando olho, era a senhora que há mais de um ano eu não via. Ela sorriu e disse: “Não se preocupe, é água benta. Sorria, pastor, Jesus, Maria e José lhe amam.” Ela me mostrou o Terço e foi andando.

Eu parei. Senti que aquela água benta, que refrescou minha mão, estava refrescando todo o meu corpo. Fiquei parado uns dois minutos, olhando o que ela fazia. Ninguém notava. Na mão direita ela tinha o Terço, na esquerda um vidrinho pequeno com a água benta. De vez em quando ela aspergia nas barracas, no chão, no ar e nas crianças que passavam por perto. Fazia de modo tão discreto que passava despercebida.

Voltei a andar. Acompanhei-a e perguntei o que ela estava fazendo. Ela me disse que acontecem muitos pecados na feira, nas ruas, no mundo.

Muitas coisas que ela me falou me fizeram meditar:


Que Deus é muito ofendido, principalmente porque as pessoas se esquecem totalmente Dele.

Que Deus é ofendido com as músicas de algumas barracas, com conversas e sorrisos fúteis dos feirantes e das pessoas que vêm fazer compras, e de outras que vêm olhar.

Que Deus é muito ofendido, porque as pessoas só estão pensando em ganhar dinheiro.

Que Deus é muito ofendido com as roupas indecentes das mulheres de todas as idades, inclusive crianças, as quais os pais vestem exibindo os corpinhos inocentes delas. 

Por estes e outros pecados, ela estava ali, rezando o Rosário e aspergindo com água benta a rua e as pessoas, pedindo perdão e misericórdia para nosso país, o Brasil. Em seguida, disse: “Estamos chegando ao fim da feira, eu tenho de dar mais uma volta. O senhor vai para casa, precisa fazer uma pergunta a Deus.”

Ao dizer isso, umas pessoas passaram entre nós. Uma senhora derrubou sua bolsa, eu me abaixei, peguei e entreguei. Quando procurei a senhora com o Terço na mão, ela já estava muito longe, como se tivesse feito uma carreira muito rápida, mas ela era uma senhora um pouco gordinha. Como em pouco tempo ela se afastou para tão longe? Ainda hoje não sei.


CAPÍTULO 13

A ANGÚSTIA NÃO SAIA

Ao chegar em casa, minha mulher perguntou o que eu tinha. Eu disse que a reunião com os pastores tinha sido uma confusão sem nenhuma presença de Deus, mas cada um de nós saiu como se o que acontecia vez ou outra fosse coisa normal, que tudo iria se resolver, mas que para mim, não havia sido assim. Estava sentindo uma angústia muito grande dentro de mim, nem sentia fome para almoçar naquele momento. Disse a ela que iria para o quarto orar.

Fui. Orei. Li a Bíblia, mas a angústia não saía. Assim fiquei até a noite. Tentei ler um livro, mas não consegui. Tentei escutar uma música, mas não resolveu. Já era hora do jantar, e eu ainda não tinha fome. A angústia dentro de mim não diminuía. E perguntei a Deus o que fazer. Nesse momento, lembrei que a senhora disse que eu tinha de fazer uma pergunta a Deus. Como se tivesse voltado no tempo, recordei ela me dizendo: “Pastor, faz mal o senhor perguntar a Deus se a religião católica é a certa ou a errada? Se Deus quer o senhor no catolicismo ou no protestantismo?” E que iria rezar o Terço por mim.

Eu, então, ajoelhei-me e perguntei a Deus: “Senhor Jesus Cristo, Senhor meu Deus! A religião católica é a certa ou a errada? O Senhor me quer no catolicismo ou no protestantismo?” Após fazer essa pergunta, senti um pouco de paz. Repeti a pergunta. A paz aumentou. Fiz pela terceira vez. Senti-me então aliviado, totalmente em paz. Fiquei esperando a resposta de Deus. Esperava ajoelhado. Meus joelhos começaram a doer e Deus não me respondia.

Levantei-me e fui jantar, pois sentia agora uma fome muito grande. Todos já tinham jantado. Minha mulher estava lavando a louça.  Eu disse a ela que comeria um boi inteiro se ele estivesse assado na cozinha. Ela riu, pediu para eu sentar, o que eu já estava fazendo. E me serviu um gostoso jantar. Sentou ao meu lado, ficou me olhando e disse que havia em meu semblante algo de sobrenatural.

Então, contei a ela os detalhes da história. Contei de minha conversa com essa senhora há mais de um ano e o que havia acontecido naquele dia. Apesar de minha mulher ser muito espiritual e prudente, eu fiquei um pouco tenso, porque ela é protestante 100 vezes mais do que eu, no sentido de ser muito radical. Principalmente no que diz respeito à Igreja Católica. Para nós, e sobretudo para ela, a Igreja católica é causa da perdição da humanidade, a grande Babilônia; e o Papa, a Besta fera. Nós ensinávamos isso na igreja e aos filhos, porque acreditávamos que era a verdade. Foi o que aprendemos desde crianças.


CAPÍTULO 14

A MÃO DE DEUS ESTÁ NESTES ACONTECIMENTOS

Quando terminei de falar, olhei para ela, esperando alguma repreensão. “Ela vai me perguntar se perdi a fé”, pensei. Ela me olhou muito séria, em silêncio por um tempo. Olhou bem dentro dos meus olhos. Depois, para minha surpresa, disse: “A mão de Deus está nestes acontecimentos. Querido! Você fez essa oração com algum receio?”

Eu respondi que não, porque tinha orado diretamente para Deus. Só ele poderia me responder. Que tinha orado com sinceridade, e Deus não iria nunca me enganar, nem deixar que eu me enganasse, ou que os demônios ou pessoas me enganassem. Disse a Ele que o que Ele dissesse, eu iria obedecer.  

“Se você, meu marido, homem de Deus, homem que eu conheço, fez essa oração, eu também farei.  Diga-me mais uma coisa: como foi a pergunta que você fez a Deus, para eu fazer também?” Ela se ajoelhou, e eu me ajoelhei de frente para ela. Ela orou: “Senhor Jesus Cristo, Senhor meu Deus! A religião católica é a certa ou a errada? O Senhor me quer no catolicismo ou no protestantismo?”

Quando ela terminou, ficou em silêncio. Depois de um tempo, sentou, e eu também. Perguntei se Deus tinha lhe dito alguma coisa. Ela disse que não. Então, eu disse: “Vivamos normalmente e esperemos Sua resposta”. O tempo foi passando.


CAPÍTULO 15

INDO PARA BELO HORIZONTE

Mais ou menos um ano depois, nós estávamos na sala de embarque, esperando nosso voo que atrasou. Ao meu lado, tinha um rapaz lendo um livro, muito concentrado.

Ele parou de ler e olhava para frente. Eu lhe perguntei: “Está pensando no que está lendo?” Ele disse que sim. “Que livro é?” “Confissões, de Santo Agostinho. O senhor já leu?” Eu disse que não. Ele me viu com a Bíblia na mão e perguntou se eu era católico. Eu disse que era pastor protestante. Nisso o microfone chama meu vôo. Levanto e saio.

Quando estou na fila de embarque, ele vem até mim e diz: “Deus mandou eu dizer para o senhor ler a Patrística. Que ele dará a resposta que o senhor procura”. “Ler a Patrística?” Perguntei. “Sim. Foi o que Deus me disse para lhe dizer”. Eu pensei: tenho a Patrística lá em casa, mas nunca li, pois quando comprei me disseram que os autores eram católicos, foi um banho de água fria, e guardei. A literatura católica não me despertava interesse e sim repulsa.

Eu era como são todos os protestantes, tanto os que procuram viver em santidade, como os que vivem na hipocrisia. Eu pensava: 

  • que os católicos eram idólatras; 
  • que precisavam deixar de adorar imagens; 
  • que todos eles estavam perdidos, condenados; 
  • que precisavam ser salvos, se entregar a Jesus; 
  • deixar de ir às Missas; 
  • deixar de acreditar na mentira dos sacramentos católicos; 
  • deixar de batizar as crianças que nem sabem o que é batismo; 
  • deixar de procurar homens de saia para confessar pecados; 
  • deixar de acreditar que Maria é uma deusa que faz milagres; 
  • deixar de rezar pelos mortos;
  • deixar de acreditar no Purgatório; 
  • deixar de acender velas; 
  • deixar de ver novela para ler a Bíblia; 
  • rasgar o Catecismo Católico Romano; 
  • destruir os Terços, pois eu via que o Terço era amuleto de superstição; 
  • pensava que os padres deveriam se converter ao protestantismo e casar.

Por pensar que estava certo, que Deus queria que eu alertasse as pessoas, eu então dedicava horas de estudo, preparando discursos, pregações contra os católicos e tudo o que a Igreja Católica ensina. Eu tinha certeza que era o que Deus queria que eu fizesse, e assim eu fazia.

Eu fazia o mal, querendo ser bom.
Eu pregava a mentira, com a certeza de estar pregando a verdade.
Eu estava errado, mas tinha certeza que estava certo.
Nas pregações e ensinos dentro da igreja protestante contra a Igreja Católica, eu servia ao inimigo, com a convicção de que servia a Deus.
Eu levava as pessoas para longe de Deus, pensando que as estava levando para perto Dele.
Eu era cego, e pensava que enxergava.
Eu era inimigo de Deus, pensando que era seu grande amigo.
Eu não percebia que lutava contra Deus.


CAPÍTULO 16

UMA FORÇA NEGATIVA ME FEZ MUDAR AS PREGAÇÕES QUE IRIA FAZER

Durante o voo, eu dava mais uns retoques nas pregações. Eu iria pregar em Belo Horizonte. Minhas pregações estavam preparadas. Eu iria pregar sobre a ação do Espírito Santo na igreja. Os irmãos que me acolheram no aeroporto internacional de Confins, Diego e Carolina, moravam perto do Santuário Arquidiocesano São José, em BH, e teriam de passar lá para pegar a sogra de Diego que tinha ido à Missa. Chegamos, estacionamos, e ficamos olhando a igreja. Dez segundos depois, a Missa termina, e muitos católicos começam a sair.

Eles e eu, olhando, ficamos com pena daquele povo sem Deus. Eles me disseram que aquela igreja era cheia de imagens que os católicos adoravam. “Vocês já entraram aí?” Perguntei. Eles disseram que antes eram católicos e a frequentavam. Carolina disse que a mãe dela já estava descendo os degraus. “Vamos até ela”, disse eu. “Queria ver essa antiga igreja de vocês por dentro”. Fui apresentado à senhora Rita, e entramos.

Ao entrar, vi tantas imagens, tantos ídolos. Disse dentro de mim: “Ó Deus, destruí esse templo pagão”. Hoje, vendo as fotos do Santuário Arquidiocesano São José, acho uma das igrejas mais bonitas do Brasil. Arrependo-me do que disse contra ela e do que fiz em Belo Horizonte com minhas pregações, as quais eu julgava serem um serviço a Deus. 

Igreja São José – Belo Horizonte | Antonio Thomás Koenigkam Oliveira | Flickr
Igreja São José – Belo Horizonte
Gilvanbagatini, CC BY-SA 4.0 https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0, via Wikimedia Commons
Santuário Arquidiocesano de São José

Continuando o que estava dizendo: ver aqueles ídolos me deixou tão furioso, que não fiz as pregações que iria fazer. Uma raiva me fazia mudar a pregação, e eu preguei o final de semana todo contra a idolatria.

Preguei com tanta ênfase, e sempre usando a Bíblia, que fui muito aplaudido. Fiquei possuído por um espírito que eu tinha certeza que era o Espírito Santo, pois a inspiração, as palavras, fluíam facilmente em mim. Fiquei eufórico, meu modo de pregar exaltado, cheio de fúria contra a idolatria, era visto por mim mesmo e por todos os participantes do congresso, como amor, fidelidade e zelo por Deus.

Meu estado emocional de euforia durante as pregações fazia a igreja toda entrar em grande exaltação. Durante os três dias, fui interrompido várias vezes por gritos de “aleluia” e “glória a Deus”. No fim do congresso, voltei sem voz para casa. Recuperei minha voz normalmente apenas dois meses depois.


CAPÍTULO 17

OS PESADELOS

Durante esses dois meses, fiquei em casa, sem voz, com fortes inflamações na garganta, e tive febre por uns quinze dias seguidos. Em uma tarde, a febre ficou muito alta. Deitado, comecei a ter pesadelos. Muitos demônios estavam me segurando pela cabeça, mãos, pés e coração.

Eu não conseguia me libertar deles. Vi no pesadelo a senhora que disse que rezava o Terço por mim. A cada Ave Maria que ela rezava, saia da boca dela uma bala de canhão branca que ia acertando cada demônio que me segurava. Até que não restou nenhum. Eu vi o rapaz do aeroporto me dizendo para ler a Patrística. Pensei em ler, mas minha fraqueza física não permitia. Dormi a tarde e a noite toda. No outro dia, acordei bem melhor. Comecei a ler a Patrística.

O que muito me chamou a atenção foi a introdução, explicando que a patrística tinha sido escrita pelos primeiros Pais Apostólicos da Igreja, também chamados de Santos Padres. Eles a escreveram para defender as verdades da fé dos primeiros cristãos, devido aos ataques dos pagãos e dos hereges contra os ensinamentos da Igreja. Pela leitura, os cristãos eram colocados acima das mentiras contra a fé, acima dos falsos preconceitos, acima do amor às coisas passageiras desta vida.


CAPÍTULO 18

CUIDADO COM OS FILÓSOFOS QUE SÓ SÃO, OU SÓ FORAM FILÓSOFOS

Emocionei-me ao saber que, por esta leitura, eu iria conhecer a sequência da história da Igreja a partir do começo, meio e fim dos trabalhos dos Apóstolos.  Fez-me pensar isso ao ver os Santos padres da Igreja Católica com sabedoria de Deus, aproveitarem o que é bom, mas também se debateram com alguns pensamentos de Platão e Aristóteles, excluindo o inaproveitável. Os Primeiros Pais ensinavam que devemos ter cuidado com o pensamento de filósofos que só foram filósofos.

A filosofia tem de vir de Deus, e não do filósofo. Filosofia é o amor ao conhecimento, é o interesse em investigar causas e efeitos. O conhecimento de Jesus Cristo é o pai de todos os outros conhecimentos. Os filósofos que não conhecem o Filho de Deus, não estão aptos para fazer a exposição da doutrina do Salvador.

Por mais sábio que alguém seja, como falará com sabedoria do que não conhece? Era um exemplo que eu iria encontrar em Santo Agostinho, que antes de ser batizado, era um filósofo muito inteligente, mas muito influenciado por filósofos pagãos. Até que houve a transformação, depois de batizado. O Espírito Santo desenvolveu em Santo Agostinho os métodos e perspectivas de uma filosofia desconhecida pelos filósofos até então. Para conhecer esses métodos e perspectivas é só ler seus livros.

Ao ler a Patrística, eu pude saber o que nunca tinha pensado em pesquisar: a história dos primeiros anos e séculos da Igreja após Jesus Cristo ter subido ao Céu, com a promessa de voltar uma segunda vez. Eu iria conhecer a história dos ataques que a Igreja sofreu, iria ver como os primeiros cristãos defenderam a fé dos inimigos da Igreja. Iria conhecer esses defensores. Os cabeças. Os homens que deram continuidade na liderança dos Apóstolos. Saber que eu iria ficar a par de muitos conhecimentos necessários à fé me enchia de alegria. Tive uma surpresa: vi que muitos ataques dos pagãos contra a Igreja se repetem hoje, como por exemplo, o ataque dos iconoclastas, que no século VIII se opunham às imagens, aos monumentos e tradições da Igreja Católica.

E foi assim, conhecendo a verdadeira história do cristianismo, que cheguei à conclusão lógica de que a Igreja católica é a única Igreja verdadeira na face da terra. Uma vez que o Espírito Santo me mostrava a verdade, seria muita desonestidade e amor à mentira de minha parte para com Deus, permanecer no erro. Tenho mais algumas coisas a dizer, mas fica para outro dia. Estou vendo que já são dez horas. Queria terminar, fazendo um convite! Convido a quem não leu a Patrística, que comece a ler.

Pedro pergunta a Russel!

– Podemos voltar à sua casa semana que vem para continuarmos nossa conversa?

– Sim! Todos vocês são bem-vindos.

Eles rezam e se despedem.


Deus, que é bom, misericordioso e poderoso, abençoe-nos a todos.
J.V.

12 comentários sobre “Conversa entre: CATÓLICO, PROTESTANTES E CATÓLICOS NÃO PRATICANTES – Parte 6

  1. Essa formação de hoje foi um bálsamo para entender porque tantos católicos abandonam a nossa igreja 🙏 como missionários, rezemos pelos os nossos irmãos protestantes para que voltem e conheça a verdadeira, a única Santa igreja católica 🙏

    1. Louvado Seja Deus e e Maria Santíssima por tanto amor que tem conosco através da Vocação de Jesus com essa inspiração Divina 🙌🙏

  2. Que formação maravilhosa ,a cada semana podemos nos lançar e nos firmar cada vez mais na Santa igreja de Deus,obg V.J por tanto amor e zelo com nossas almas 🙏

  3. Deus seja louvado por essa Formação, que nos instrui no conhecimento da doutrina católica! Vou ler sim a patrística! Obrigada meu Deus! Obrigada JV pelo amor as almas! Deus é bom!

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