QUE ESPÉCIE DE FÉ É A MINHA FÉ?
VOCAÇÃO DE JESUS!
Deus seja amado com todas as forças de nosso coração e de nossa alma.
26/04/2021
“Sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a Ele é necessário que se creia primeiro que Ele existe e que recompensa os que O procuram”
(Hb 11, 6)
Se eu sondar meu coração, minhas intenções, desejos e vontades, procurando discernir como é a minha fé, que espécie de fé encontrarei dentro de mim?
- A fé dos que creem em Deus ou a fé dos que creem em si mesmos?
- A fé dos que creem em Deus ou a fé dos que creem na ideologia da prosperidade dos falsos profetas?
- A fé dos santos e sábios ou a fé dos tolos e ignorantes?
- A fé dos salvos ou a fé dos condenados?
Qual a diferença da fé no que não se deve crer, para a fé no que se deve crer?
A diferença é que uma condena e a outra salva, pois há quem creia em Deus sem buscar a vontade Dele; e já quem, crendo em Deus, tudo o que quer é a Sua vontade
QUAL A DIFERENÇA ENTRE A FÉ DOS SALVOS E A FÉ DOS CONDENADOS?

O venerável Fulton Sheen responde:
“Os homens dizem que Cristo está morto, mas põem sentinelas em seu túmulo.
Dizem que Ele é inofensivo enquanto criança, contudo, Herodes manda os seus soldados matarem a Criança indefesa.
A verdade é que eles odeiam porque creem – não com a fé dos redimidos, mas com a fé dos condenados.”
COMO USO MINHA FÉ PARA COMPREENDER DEUS E SUA OBRA?
- Como creio que Deus fez o mundo e tudo o que nele há?
- Como creio que Deus é o Senhor do céu e da terra?
- Como minha fé me faz entender que Deus não mora em templos feitos por mãos humanas, mas inspirou os homens para Lhe construir templos?
- Como por meio da fé entendo que Deus de nada tem necessidade, mas quer ser servido pelo homem?
- O que minha fé me fala sobre o homem estar vivo porque Deus mantém a sua vida, se deixasse de manter a vida humana, a humanidade não existiria mais?
- Como minha fé protege minha espiritualidade e conhecimentos sobre o momento e a forma como Deus criou o primeiro homem para dele fazer descender todo o gênero humano?
- Como minha fé vê o tempo e os limites que Deus fixou para cada pessoa e cada geração?
Estas perguntas foram inspiradas em afirmações contidas em At 17, 24-27, que afirma no versículo 27 o seguinte: “Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós” (At 17,27).
Santo Anselmo orava a Deus para que o que ele alcançava com sua inteligência fosse sentido por seu coração. Assim orava para se proteger pelo dom da humildade. Dizia ele:
“Fazei, Senhor, que eu sinta com o coração o que toco com a minha inteligência. Não quero compreender para crer, mas crer para compreender.”
(Santo Anselmo)
Saiba mais sobre a vida de Santo Anselmo: https://www.youtube.com/watch?v=lv4RrKBoJmg
Intermináveis são os assuntos de Deus nos quais precisamos crer para compreender e não compreender para crer. Santo Anselmo não aceitava a tentação de só crer se compreendesse, se visse, tocasse, tivesse provas físicas que não lhe deixassem dúvidas sobre em que deveria crer.
Há quem se recuse a crer em Deus e em Suas obras porque não consegue compreender Deus e Suas obras. Estas pessoas estão esperando compreender de modo humano a pessoa de Deus, que é Espírito, para dizer: agora que compreendo, eu creio.
A FÉ E A RAZÃO

NÃO DEVEMOS USAR O DOM DA COMPREENSÃO?
Não está errado tentar compreender o que não se compreende, está certíssimo. O erro está em não usar a compreensão e o dom da humildade para consentir a vontade e se deixar guiar pela graça de Deus.
“Crer é um ato da inteligência humana que assente à verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça”
(Santo Tomás de Aquino – S. Th. II-II, 2.9)
Deus não quer que vivamos como se não tivéssemos inteligência; quer que usemos esse dom que Ele nos deu com o devido equilíbrio, que deve ser procurado entre intelecto e espírito, entre fé e razão. Deus não quer que neguemos a fé nem a razão. “Mas, ainda que a fé esteja acima da razão, jamais pode haver verdadeira desarmonia entre uma e outra, porque o mesmo Deus que revelou os mistérios e infunde a fé, dotou o espírito humano da luz da razão, e Deus não pode negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer a verdade” (Concílio Vaticano I – Dei Filius – DS 3017).
Deus quer que creiamos Nele também com o auxílio da inteligência. Deus quer que sejamos inteligentes com o auxílio da fé. Deus nos criou capazes de pela inteligência reconhecer a mentira, os erros, e aceitarmos as verdades da fé; de pensar sobre elas; de entendê-las, aprofundá-las; de pensar com elas como quem usa os números para fazer somas e subtrações, fazendo conclusões.
O USO DA INTELIGÊNCIA EVITA QUE SEJAMOS MANUSEADOS
Deus não nos criou para sermos manipulados pelos demônios, por nossas tentações ou traumas e conceitos errados, nem pela maldade e esperteza de outras pessoas, sejam os falsos profetas dentro e fora da Igreja, sejam professores ou políticos que usam ideologias progressistas para escravizar as mentes das pessoas por mentiras, ameaças e pelo medo.

As pessoas que dizem: “só creio no que a Bíblia diz”, desprezando o uso do raciocínio quando é necessário que ele seja usado, são tão perigosas a si mesmas e aos outros, quanto aquelas outras que dizem: “só creio no que a ciência comprova”.
Exemplo: em estudo bíblico, o católico precisa usar a inteligência lógica e o estudo, unidos à fé, para entender e negar a mentira que Jesus teve irmãos, que eram filhos de Sua Mãe, Maria.
Pessoas menos esclarecidas pegam a Bíblia e afirmam que Maria teve outros filhos, usando esse versículo: “Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?” (Mt 13, 55)
No Evangelho segundo São Mateus, no capítulo 27, versículo 56 vemos que Tiago e José eram filhos de Maria e Zebedeu, e não de José e Maria. Leia: “Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe DOS FILHOS DE ZEBEDEU”. Leiamos também Mateus 4, 21: “Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os.”
Os que têm preguiça de procurar a verdade ou são mal intencionados dizem: “mas a Bíblia diz que eles eram irmãos de Jesus”. Os judeus usavam a palavra irmão para primo, parente; assim como no Brasil se usa a palavra manga, que pode significar uma fruta, o verbo zombar, lâmpada de candeeiro, manga de camisa.
Seguindo a falta de estudo desse pessoal, pode-se dizer que Tiago era irmão de Jesus, assim como Abrão era irmão de Lot. Como está escrito na Bíblia, em Gn 14, 14: “Abrão, tendo ouvido que Lot, seu irmão, ficara prisioneiro, escolheu trezentos e dezoito dos seus melhores e mais corajosos servos, nascidos em sua casa, e foi ao alcance dos reis até Dan”.
Abrão era irmão de Lot?
Pesquisemos sobre a genealogia de Abrão e Lot!
O que encontramos é que Abrão não era irmão de Lot, pois o pai de Lot era Arão (Gn 11, 28) e o pai de Abrão era Taré (Gn 11, 26).
P.S. As traduções mais novas da Bíblia já não usam mais a palavra irmão, usam parente, sobrinho; palavras, estas, que não eram usadas pelos judeus quando o Antigo e o Novo Testamento foram escritos.
Talvez algum católico diga: “eu acredito na Igreja, e a Igreja Católica diz que Maria foi virgem antes, durante e depois do parto; não preciso nem ler a Bíblia”.
Essa afirmação poderia ser um sinal de fé e obediência, se não desprezasse a Bíblia e não fosse fideísta.
Pergunta: se um dia esse católico tiver um filho, como irá formá-lo na fé, se não tiver um conhecimento bíblico? E se encontrar alguém que queira receber um esclarecimento humano bíblico, poderá ajudar tal pessoa?
Esse católico está (sem querer estar) sob a influência do fideísmo. Ele julga que a razão é desnecessária à fé; que a fé, e somente a fé, é necessária para se alcançar o conhecimento de Deus.
O racionalista despreza a fé, o fideísta despreza a inteligência. Não deveria ser assim, pois a razão e a fé precisam uma da outra.
Por exemplo, se formos pensar sobre os sentimentos de Deus e os sentimentos humanos, precisaremos usar a fé e a inteligência.
OS “SENTIMENTOS” DE DEUS

Façamos uma pergunta a nós mesmos:
A IRA É UM SENTIMENTO? DEUS PODE SE IRAR NO CÉU? O QUE PODE PROVOCAR A IRA DE DEUS?
Nós temos mais facilidade para entender o sentimento da ira no ser humano. Sabemos que em nós a raiva, a ira, é uma resposta emocional, muitas vezes impulsiva, a alguma situação que nos desagradou. No ser humano, a ira, além de ser sinal de descontrole, é cega a ponto de provocar escolhas, decisões ou palavras que depois causarão arrependimento. A ira humana é pecaminosa.
A ira de Deus não é uma resposta emocional impulsiva, ela é uma resposta ao homem que não quer se arrepender de seus pecados para continuar a pecar. A ira de Deus não é um descontrole de Deus, não é cega. Mesmo quando Deus fala da explosão de Seu ciúme ou da exasperação de Sua raiva, Sua ira é justificável; não deixa de ser perfeita, justa e santa.
“Na explosão de meu ciúme e na exasperação de minha raiva, eu o afirmo, naquele dia, eu o juro, haverá terrível abalo na terra de Israel”
(Ez 38, 19)
COMO SEDECIAS, OS CHEFES DOS SACERDOTES E O POVO, PROVOCARAM A IRA DE DEUS?
Sedecias, rei de Jerusalém, com “Todos os chefes dos sacerdotes e o povo continuaram a multiplicar seus delitos, imitando as práticas abomináveis das nações pagãs e profanando o templo que o Senhor tinha consagrado para si em Jerusalém. Em vão o Senhor, Deus de seus pais, lhes tinha enviado, por meio de seus mensageiros, avisos sobre avisos, pois tinha compaixão de seu povo e de sua própria habitação; eles zombavam de seus enviados, desprezavam seus conselhos e riam de seus profetas, até que a IRA DE DEUS se desencadeou sobre o seu povo, e não houve mais remédio.” (II Cr 36, 14-16)
DEUS PODE SE ENTRISTECER, SOFRER, NO CÉU?
Jesus, estando no Céu e sendo a Própria Alegria, sofre por nossas traições? A Palavra de Deus diz que no Céu não haverá mais lágrimas. E também sabemos que no Horto, Jesus sofreu por todos os pecados dos homens. Então, como Jesus está fora do tempo, seria nesse momento (na Sua agonia) que os nossos pecados e traições aumentam o sofrimento de Jesus?

Deus nos criou à Sua imagem e semelhança; o que inclui, claro, os Seus sentimentos. A grande diferença é que nossos sentimentos são sentimentos de criaturas. Nenhum de nós é Deus como o Pai é Deus, como o Filho é Deus, como o Espírito Santo é Deus.
Após o pecado de nossos pais, Adão e Eva, todos nós passamos a nascer sob o efeito do pecado original, que deformou tudo em nós, inclusive nossos sentimentos. Isso quer dizer que os nossos sentimentos não são mais puros como eram quando fomos criados. Perdemos a graça, ficamos sem a capacidade de entender a fundo os sentimentos de Deus e nossos próprios sentimentos.
Sabemos que os sentimentos podem nos alegrar, dar prazer, ou fazer sofrer de diversas formas. Um casal apaixonado experimenta um prazeroso sentimento de amor um pelo outro. O rompimento de um namoro, quando os dois ou um dos dois está muito apaixonado, faz sofrer na afetividade. A verdadeira amizade faz as pessoas se sentirem muito bem e confiantes ao saber que têm verdadeiros amigos, além do sentimento de gostar de estar com os amigos. A morte de alguém muito amado faz sofrer. Preocupações provocam angústias.
É um bom pensamento querer saber sobre os sentimentos de Deus, é sinal de amor a Ele. Quem não ama a Deus é como quem não ama seu próximo, tal pessoa não respeita, não valoriza, não se interessa pelos sentimentos dos outros.
Quem é frio, indiferente, com os sentimentos dos outros, principalmente se for um católico que é membro da Igreja que Jesus fundou em Pedro, precisa pedir perdão e cura a Deus, pois tal atitude não é normal.
“É nisto que se conhece quais são os filhos de Deus e quais os do demônio: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, como também aquele que não ama o seu irmão”.
(I Jo 3, 10)
“O mínimo movimento de puro amor é mais útil à Igreja do que todas as outras obras reunidas”
(Santa Teresinha)
O orgulho que é a falta de humildade, pode fazer alguém ter por um tempo o comportamento de filho do demônio, sem que tal pessoa seja filho do demônio. É uma pessoa sem humildade, mas não um filho das trevas. Esta pessoa precisa urgentemente se humilhar diante de Deus, pedindo perdão, cura e libertação, e passar a ter atitudes de humildade.
O orgulho é uma doença ao mesmo tempo psíquica e espiritual que, agindo nos sentimentos, desequilibra a pessoa emocionalmente. A pessoa fica presa no efêmero; pensa e age sob a possessão da soberba, da arrogância, da vaidade, da estultice. Fica ativa para as obras da arrogância e desanimada para as obras da humildade.
“O desânimo é também orgulho.”
(Santa Teresinha)
Será que já tínhamos pensado que, quando sentimos o desânimo, o sentimos porque somos orgulhosos?
NÓS NÃO TEMOS IDEIA DE TODOS OS SENTIMENTOS QUE EXISTEM NO SER HUMANO, MUITO MENOS DOS SENTIMENTOS DE DEUS
O que você pensaria se fosse meditar sobre cada um dos sentimentos de alguns dos filhos do orgulho?

- a ansiedade
- o medo
- a preocupação
- o tédio
- a confusão
- a impaciência
- o nervosismo
- a inquietação
- a inveja
- a raiva
- a tristeza
- a angústia
- a orgia
- a bebedeira
- a vingança
- a incredulidade
Estamos vendo que o sentimento de orgulho é fonte e causa de diversos sentimentos ruins. Se fôssemos falar sobre o amor como fonte e causa dos sentimentos bons, cada um de nós teria muito a dizer. Se cada um de nós ficasse responsável por falar sobre os sentimentos causados por:

- apreciação com admiração da criação de Deus
- momentos de sadia diversão
- entusiasmo em pensar no poder de Deus e na bondade das pessoas
- adoração ao Criador de todas as coisas
- alegrias espirituais e humanas
- sensação de paz
- sensação de felicidade
- calma e tranquilidade
- um romance
- uma satisfação
- uma amizade
- afinidades com outras pessoas
- exercícios de perdão
- ajudar o próximo
- fazer as pessoas felizes
- levar as pessoas para Jesus Cristo
Pelo que estamos falando, já dá para termos uma ideia de que, se em nós os sentimentos são inumeráveis, em Deus são infindáveis. Em nós os sentimentos são imperfeitos, em Deus são perfeitos. Nós temos noção de como são nossos sentimentos, mas não podemos saber com exatidão como são os sentimentos de Deus. Podemos especular intelectualmente e imaginar, mas não haverá exatidão em nossa inteligência e imaginação. O fruto de querermos saber sobre os sentimentos de Deus é o de ficarmos com muita paz interior.
E A PERGUNTA SE DEUS PODE SOFRER NO CÉU?
A Palavra de Deus diz: “Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção”. (Ef 4,30) Se o sinônimo de contristar é entristecer, desgostar, afligir, atormentar, atribular, então a Palavra de Deus está dizendo que não contristar o Espírito Santo é não desgastá-lo, não afligi-lo, não atribulá-lo, não atormentá-lo?
Se atormentar é infligir tormento, sofrimento a alguém, é amargurar, causar desgosto e angústia; então pode Deus Espírito Santo sofrer amargura, desgosto, angústia, atormentação?
Humanamente entendemos o que uma atormentação, uma contristação, pode fazer conosco ou com qualquer pessoa; mas Deus é Espírito perfeito, não pode sofrer, ser contristado, atormentado. Por que, então, Sua Palavra diz que não devemos contristar, desgostar, atormentar o Espírito Santo?
Se a Palavra diz que não devemos contristar o Espírito Santo, então é óbvio que Ele pode ser contristado. Mas como isso acontece em Deus, se Deus não é humano? Se Deus não sofre, nem pode sofrer?
Podemos ter um bom entendimento sobre os sofrimentos de Jesus ressuscitado no Céu, pensando sobre o que Nossa Senhora revelou a santa Brígida, de como Jesus é mais duramente crucificado hoje do que quando foi crucificado pelos judeus:
JESUS É MAIS DURAMENTE CRUCIFICADO HOJE
“A Mãe disse:
‘Meu Filho teve três qualidades.
A PRIMEIRA foi que ninguém jamais teve um corpo tão perfeito como Ele, ao ter duas naturezas perfeitas, uma divina e outra humana. Ele foi tão puro, como não se pode encontrar nenhum cisco em um olho cristalino; nenhuma só deformidade podia encontrar-se em Seu corpo.
A SEGUNDA qualidade foi que Ele nunca pecou. Outras crianças, às vezes, carregam os pecados de seus pais, além de seus próprios. Este menino, que nunca pecou, carregou o pecado de todos.
A TERCEIRA qualidade foi que, enquanto algumas pessoas morrem por Deus e por uma maior recompensa, Ele morreu tanto por seus inimigos quanto por mim e seus amigos.
Quando seus inimigos o crucificaram, fizeram-lhe quatro coisas:
- Em primeiro lugar, o coroaram de espinhos.
- Em segundo, cravaram suas mãos e pés.
- Terceiro, deram-lhe fel para beber
- E quarto, transpassaram Seu lado.
Mas minha dor é que Seus inimigos, que agora estão no mundo, crucificam meu Filho mais duramente do que fizeram os judeus. Mesmo assim, poderias dizer que ELE NÃO PODE SOFRER E MORRER AGORA, por isso o crucificam através de seus vícios.
Um homem pode lançar insultos e injúrias sobre a imagem de um inimigo seu e, mesmo que a imagem não sentisse o dano, o perpetrador seria acusado e sentenciado por sua maliciosa intenção de injuriar.
Igualmente, os vícios pelos quais crucificam meu Filho, em um sentido espiritual, são mais abomináveis e mais sérios para Ele que os vícios de quem o crucificou no corpo.
Mas você pode perguntar: Como o crucificam?
Bem, primeiro o colocam sobre a cruz que prepararam para Ele, isto é, quando não têm em conta os preceitos de seu Criador e Senhor.
Depois o desonram, quando Ele os adverte através de seus servos, desprezando as advertências, e fazem o que lhes apetece.
Crucificam sua mão direita, confundindo justiça e injustiça, ao dizer: ‘O pecado não é tão grave nem odioso para Deus como se diz, nem Deus castiga ninguém para sempre, mas suas ameaças são para assustar-nos. Por que haveria de redimir-nos se quisesse que morrêssemos?’
Eles não consideram que até o mínimo pecado no qual uma pessoa se deleita é suficiente para entregar ele ou ela ao castigo eterno. Posto que Deus não deixa que nem o mínimo pecado fique sem castigo, nem o mínimo bem sem recompensa, eles serão castigados sempre que mantenham a intenção constante de pecar, e meu Filho, que vê seus corações, conta isso como um ato, pois se meu Filho o permitisse, eles realizariam obras segundo suas intenções.
Crucificam sua mão esquerda, convertendo a virtude em vício. Querem continuar pecando até o fim, dizendo: ‘Se, ao final, uma única vez dissermos: “Deus, tem misericórdia de mim”, a misericórdia de Deus é tão grande, que Ele nos perdoará’.
O querer pecar sem emendar-se, querer a recompensa sem lutar por ela, não é virtude, a menos que haja algo de contrição em seu coração, ou a menos que a pessoa deseje realmente emendar seu caminho, sempre que não o impeça uma enfermidade ou qualquer outra condição.
Crucificam seus pés, comprazendo-se no pecado, sem pensar, uma única vez, no amaríssimo castigo de meu Filho; nem dar-lhe graças de coração, dizendo: ‘Senhor, quão amargamente sofreste! Louvado sejas por tua morte!’ Tais palavras nunca saem de seus lábios. Coroam-no com uma coroa de escárnios, ao zombar de seus servos e considerar inútil seu serviço.
Dão a ele fel para beber, quando se deleitam e se comprazem em pecar. Nunca sentem no coração quão sério e multifacetado é o pecado. Transpassam Seu lado, quando têm a intenção de perseverar no pecado. Digo-te, em verdade, e se o podes dizer a meus amigos, que para meu Filho essas pessoas são mais injustas que aquelas que o sentenciaram, piores inimigos que aqueles que o crucificaram, mais sem vergonha que aqueles que o venderam.
A eles os espera maior castigo que aos outros. De fato, Pilatos supôs muito bem que meu Filho não tinha pecado e que não merecia a morte. Entretanto, por medo de perder o poder temporal e pela insistência dos judeus, ainda relutante, teve que sentenciar meu Filho à morte.
Que temeriam estas pessoas que O serviram?
Ou que honra ou privilégio perderiam se O honrassem?
Eles receberão, pois, uma sentença mais dura por serem piores que Pilatos na consideração de meu Filho. Pilatos O sentenciou por medo, submetendo-se ao pedido e intenções de outros. Estas pessoas O sentenciam por seu próprio benefício e sem medo algum, desonrando-O pelo pecado do qual poderiam abster-se, se assim o quisessem.
Mas eles não se abstêm de pecar nem se envergonham de terem cometido pecados, pois não percebem que não merecem nem a mínima consideração daquele a quem eles não servem. São piores que Judas, pois Judas, depois de ter traído o Senhor, reconheceu que Jesus era mesmo Deus e que havia pecado gravemente contra Ele. Desesperou-se, entretanto, e se precipitou ao inferno, pensando que já não merecia viver.
Mas estas pessoas reconhecem seu pecado e, ainda assim, perseveram nele, sem arrependimento em seus corações. No entanto, desejam arrebatar a Deus o Reino dos Céus por uma espécie de força e violência, crendo que o possam conseguir, não por seus feitos, mas por sua vã esperança, vã porque não se o dará a ninguém mais, que aos que trabalham e fazem algum sacrifício para o Senhor. São piores que os que o crucificaram.
Quando viram as boas obras de meu Filho, como a ressurreição da morte ou a cura de leprosos, pensaram em seu interior: ‘Este opera maravilhas inauditas e inusitadas, superando facilmente a todos com uma só palavra, conhecendo nossos pensamentos, fazendo tudo o que deseja. Se continuar assim, teremos que nos submeter a seu poder e ser seus servos’. Por isso, em lugar de submeter-se a Ele, o crucificam com sua inveja. Mas se soubessem que Ele é o Rei da Glória, nunca o teriam crucificado.
Por outro lado, essas pessoas veem cada dia Suas grandes obras e milagres e se aproveitam de Sua bondade. Escutam como têm que servi-lO e se acercam Dele, mas em seu interior pensam: ‘Seria duro e insuportável renunciar a nossos bens temporais para fazer Sua vontade e não a nossa’.
Por isso, desprezam a vontade Dele, colocam acima seus desejos egoístas e crucificam meu Filho por sua teimosia, acumulando pecado sobre pecado contra suas próprias consciências. São piores que seus carrascos, pois os judeus agiram por inveja e não sabiam que Ele era Deus. Estes, porém, sabem que é Deus e, por maldade, presunção e cobiça, o crucificam, em um sentido espiritual, mais duramente que os que crucificaram fisicamente seu corpo, pois estas pessoas já foram redimidas e aquelas ainda não eram. Assim, pois, esposa, obedece e teme a meu Filho, pois tudo o que Ele tem de misericordioso Ele tem também de justo!”
(Revelações de Santa Brígida da Suécia. Livro 1 – Capítulo 37)
Que esta revelação de Nossa Senhora a santa Brígida nos faça entender profundamente como viver de modo a não contristar o Espírito Santo de Deus, com o qual estamos selados para o dia da Redenção.
“Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção”
(Ef 4, 30)
Deus, que é bom, misericordioso e poderoso, abençoe-nos a todos.
J.V.
O Senhor nosso Deus nos deu o melhor também na Live foi profundamente surpreendente.reuniu mais uma vez toda família em torno de si . Obrigado.
Bendito seja Deus. O Senhor nosso Deus é infinitamente bom. Obrigado meu Deus por nos dá a vocação e nos manter com esperança. Que possamos perseverar até o fim. Amém.
Bendito seja Deus com Nossa Mãe Maria Santíssima por essa formação tão maravilhosa e libertadora! “Jesus, manso e humilde de coração,
fazei o meu coração semelhante ao vosso!” Santa Brígida, rogai por nós!
É surpreendente o grau dessa reflexão…Sentimentos de Deus…sofrer de Deus..fora do tempo.. Que meditação profunda que nos leva a refletir e mergulhar no mundo sobrenatural, nos perdendo em Deus, para Nele nos encontrarmos…Louvo a Deus pela Vocação de Jesus e por esta Santa Inspiração. Que Nossa Fé seja firme e que nos esforcemos por amar a Deus em profundo espírito de reparação!!! Salve Maria! Santa Brígida, Rogai por nós!!!
Obrigado Senhor por essa santa leitura. Me deixou a meditar nas inúmeras ofenças, conscientes e inconscientes praticadas contra meu Deus. Perdão
Que Deus nos dê a graça de tirar todo orgulho que gera em nós sentimentos ruins, que fé seja uma fé autêntica diante de Deus, e que Deus nos der a graça de não contristar o Espírito santo de Deus!