Ó MARIA, CONCEBIDA SEM PECADO!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja louvado!
Dia 08 de dezembro é o dia da Imaculada Conceição!
Proclamamos que Maria foi concebida sem pecado original. E sendo Maria pura por excelência, totalmente cheia de graça, o Espírito Santo encontrou nela seu refúgio e a tomou por sua esposa. Assim, ao encontrar a semelhança de Maria em uma alma, este Santo Espírito deseja e possui essa alma que guarda a Virgem Maria no coração, produzindo nela uma verdadeira conversão e concedendo-lhe frutos de santificação.

Assim nos diz São Luís Maria de Montfort:
“Quando o Espírito Santo vê Maria numa alma, voa para ela. E a Santíssima Virgem, fecunda como é, faz produzir frutos maravilhosos de santidade.”
Quanto mais uma alma entrega-se à Imaculada Conceição, mais o Espírito Santo se doa a ela, a possui, enche de graças e purifica de seus pecados, pois da mesma forma que o Espírito Santo cuidou de Maria, cuida também de seus filhos.
O Espírito Santo a preservou de toda mancha do pecado, e a preparou para ser a Mãe de Deus e Mãe da humanidade. É o que veremos nessa meditação de Santo Afonso de Ligório, que fala como o Espírito Santo esteve sempre cuidando e preparando Maria Santíssima para essa maternidade divina.
Extraído do livro “Glórias de Maria” (Santo Afonso de Ligório)
SENDO-LHE MARIA ESPOSA, CONVINHA AO ESPÍRITO SANTO PRESERVÁ-LA DA MANCHA ORIGINAL
1. À Esposa do Espírito Santo convinha uma formosura ilibada
Foi Maria a única que, no dizer do Pseudo-Agostinho, mereceu ser chamada Mãe e Esposa de Deus. Com efeito, assevera Eádmero, o Espírito Santo veio corporalmente a Maria, enriqueceu-a de graça sobre todas as criaturas e nela repousou, fazendo-a sua Esposa, Rainha do céu e da terra. Veio corporalmente a Maria, diz ele, quanto ao efeito; pois veio formar de seu corpo imaculado o imaculado corpo de Jesus. Assim lhe predisse o arcanjo: O Espírito Santo descerá sobre ti (Lc 1,35). Chama-se por isso Maria templo do Senhor, sacrário do Espírito Santo, porque por virtude dele se tornou Mãe do Verbo Encarnado, observa S. Tomás.

Suponhamos que um excelente pintor tivesse que desposar uma noiva, formosa ou feia, conforme os traços que lhe desse. Que diligência não empregaria, então, para torná-la a mais bela possível! Quem poderá, pois, dizer que outro tenha sido o modo de agir do Espírito Santo, relativamente a Maria? Podendo criar uma Esposa toda formosa, qual lhe convinha, tê-lo-ia deixado de fazer? Não; tal como lhe convinha a fez, como atesta o próprio Senhor, celebrando os louvores de Maria: És toda formosa, minha amiga, em ti não há mancha original (Ct 4,7).
Na asserção dos santos Ildefonso e Tomás essas palavras se entendem da Virgem, conforme refere Cornélio a Lápide. S. Bernardino de Sena e S. Lourenço Justiniano afirmam que se devem entender justamente da Imaculada Conceição de Maria. De onde a palavra de Raimundo Jordão: Virgem bendita, és formosíssima em todo sentido; em ti não há mancha alguma de qualquer pecado, leve ou grave ou original. Idêntico é o pensamento do Espírito Santo, chamando sua Esposa de “jardim fechado e fonte selada” (Ct 4,12). O Pseudo-Jerônimo escreve: É Maria esse jardim fechado, essa fonte selada; jamais os inimigos nela entraram para ofendê-la, e sempre permaneceu ilesa, santa na alma e no corpo. Do mesmo modo saúda-a Egberto: És um jardim fechado no qual mãos de pecadores nunca penetraram para lhe roubar as flores.
2. À Esposa do Espírito Santo convinha uma santidade sem par
Sabemos que, acima de todos os santos e anjos, o Divino Esposo amou a Maria, como acentua Suárez com S. Lourenço Justiniano e outros. Desde o princípio amou-a, exaltando-a em santidade sobre todas as criaturas, insinua Davi com as palavras: Seus alicerces estão sobre as montanhas santas; o Senhor ama as portas de Sião mais do que a todas as tendas de Jacó… e o mesmo Altíssimo a fundou (Sl 86,5). Tais expressões significam que Maria foi santa desde o momento de sua conceição. É o que parecem dizer ainda outras palavras do Espírito Santo, nos Provérbios: Muitas filhas ajuntaram riquezas; tu excedeste a todas (31,9). Se, pois, a todas excedeu em riquezas da graça, possuiu também, por conseguinte, a justiça original, como a possuíram Adão e os anjos. De mais a mais, nos Cânticos nós lemos: Estão comigo um sem-número de virgens, mas uma só é a minha pomba, a minha perfeita (no hebraico: minha imaculada); ela é a única para sua mãe (6,7). Todas as almas justas são filhas da graça divina. No meio delas, porém, foi Maria a pomba sem fel, a perfeita sem mancha de origem, a única em graça concebida.

Achou-a por isso o anjo logo cheia de graça, mesmo antes de ser Mãe de Deus, e saudou-a nestes termos: Ave, cheia de graça! Sobre o texto diz o Pseudo-Jerônimo: Aos outros santos a graça é dada em parte, contudo a Maria foi dada em sua plenitude. De modo que, observa S. Tomás, a graça santificou não só a alma, senão também a carne de Maria, a fim de que com ela revestisse depois o Verbo Eterno. Tudo isso nos leva a reconhecer, com Pedro de Celes, que Maria desde sua conceição foi cumulada com as riquezas da graça pelo Espírito Santo. Daí a palavra de Nicolau, monge: O Espírito raptou para si a eleita de Deus e a escolhida entre todas. Quer assim exprimir o autor a rapidez com a qual o Espírito Santo se antecipou e desposou a Virgem, antes que Lúcifer a possuísse.
Ainda uma consideração para concluir este discurso, no qual mais do que nos outros me tenho demorado. Motiva-o a circunstância de nossa pequena Congregação ter por principal protetora a Santíssima Virgem Maria, precisamente sob este título de Imaculada Conceição. Quero declarar concisamente quais os motivos que me convenceram, e me parece que devem convencer a todos, da verdade desta sentença, tão pia e de tamanha glória para a Mãe de Deus.
Salve Maria imaculada!
Deus na sua infinita bondade mostra para nós os efeitos de Sua santidade através da “humana e divina mulher”, que transborda para nós Graças e oportunidades de abandonar o pecado em busca de uma vida mais íntima e espiritual com Deus, ainda aqui no meio dos irmão.