A NECESSIDADE DO ARREPENDIMENTO E DA PENITÊNCIA PARA A SALVAÇÃO

VOCAÇÃO DE JESUS!
Deus seja amado com todas as forças de nosso coração e de nossa alma.

11/10/2022

Jesus falou aos “príncipes” dos sacerdotes e aos “anciãos do povo” que os “publicanos” e as prostitutas criam que Deus tinha enviado João Batista. Eles, porém, por sua posição, seus títulos, sua responsabilidade espiritual e social, não tinham acreditado no profeta de Deus.

Os “príncipes” dos sacerdotes agiam como chefes dos sacerdotes.

Os “anciãos do povo” eram homens que tinham autoridade sobre o povo, por conta da idade ou posição social.

Jesus, falando para eles, diz que, apesar das ações de Deus estarem diante de seus olhos, o orgulho os impedia de se arrependerem de seus pecados; assim sofriam as consequências, ficavam impedidos de perceberem o sinal dado por Deus.

Qual era o sinal dado por Deus, que os príncipes e os anciãos não queriam ver?

  • Deus deu aos “publicanos” e às “prostitutas” a graça para eles crerem que João era um servo enviado por Deus no caminho da justiça. Os publicanos e as prostitutas corresponderam à graça. Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo receberam a mesma graça, mas a desprezaram.

Disse-lhes Jesus:

“João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele. E vós, vendo isto, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele”.

(Mt 21,32)

Quanto aos “publicanos”, coletores de impostos, muitos deles eram corruptos (São Mateus era publicano antes de se converter a Jesus), e quanto às “prostitutas”, mulheres que vendiam seu sexo, estas acreditaram no sinal dado por Deus; já os príncipes e os anciãos, que eram autoridades religiosas, não acreditavam em João, por não quererem acreditar no sinal de Deus.

Acreditar seria ato de humildade, e não havia disposição para esse dom de Deus em seus corações. Sua disposição era dar espaço dentro de si para a arrogância; por isso não paravam para pensar se suas desconfianças a respeito de João tinham fundamento, ou se eram meramente orgulho, inveja, prisão espiritual e mental.

DOENÇA ESPIRITUAL E MENTAL

O sistema emocional dos príncipes e dos anciãos estava adoecido, quebrado, a ponto de eles considerarem desnecessário investigar as Escrituras e suas consciências a respeito de João. Tinham raiva de João e se enfureciam apenas em ouvir seu nome.

Esse descontrole emocional acontecia porque, buscando suas próprias vontades, tinham sido adestrados pelo pai da mentira, na senda da mentira que domina a mente e a alma de quem não busca a vontade de Deus como prioridade em sua vida.

Jesus lhes disse que eles não se deixaram tocar pelo arrependimento. Arrependimento é o pensamento, a ação e o sentimento de contrição e rejeição interior do pecado e de outras coisas erradas, que faz mudar opiniões e comportamentos, pelo reconhecimento do perigo de morte eterna, ao desobedecer aos Mandamentos de Deus ou resistir crer nas ações Divinas. Estas pessoas não estavam dispostas a se converterem na verdade do Deus verdadeiro, apesar de eles crerem no Deus verdadeiro.

A CONVERSÃO

“A conversão se realiza na vida cotidiana por meio de gestos de reconciliação, do cuidado (espiritual e material) dos pobres, do exercício e da defesa da Justiça e do direito (de Deus sobre sua criação)…

  • pela confissão das faltas,
  • pela correção fraterna,
  • pela revisão de vida,
  • pelo exame de consciência,
  • pela direção espiritual,
  • pela aceitação dos sofrimentos,
  • pela firmeza na perseguição por causa da justiça.

Tomar sua cruz, cada dia, seguir a Jesus é o caminho mais seguro da penitência.” 

(Catecismo da Igreja Católica §1435)

É PERIGOSO À SALVAÇÃO CRER NO QUE SE QUER CRER POR NÃO CRER NO QUE DEUS QUER QUE SE CREIA

“Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: – Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho.”

(Mc 1, 14-15)

É interessante Jesus dizer para se fazer penitência.

Fazer penitência!!!??

Perguntemo-nos!

Para o bem de nossa alma, uma vez que queremos ser salvos, já tiramos tempo para pensar sobre o que é fazer penitência?

Jesus usa duas palavras que são muito significativas, para entendermos o que Ele diz, quando diz para se “fazer” “penitência.”

Pensemos sobre por que Jesus usa a palavra “fazer”.

  • Para se fazer algo, é necessário o pensamento, planejamento, execução.
  • Para a execução, é necessário o início da ação para se fazer o que se quer fazer.

Fazer é a realização de uma ação.

  • Quem quer fazer o que Jesus diz para ser feito, primeiro faz porque Jesus diz que deve ser feito; segundo, faz procurando encontrar a razão do que é necessário fazer.
  • Fazer é ocupar-se espiritualmente e intelectualmente do propósito de realizar um trabalho do modo certo.
  • É demandar esforços.
  • É insistir no que se tem de fazer.
  • É pôr em prática a construção, organização, defesa e unicidade, do objetivo que Deus quer conseguir, tendo a nós como seus instrumentos vivos e livres.

Se Jesus disser para fazermos pão!

  • Então vamos ao padeiro e pedimos instruções de como fazer o pão.

O padeiro vai dar explicações de como:

  • fazer para preparar a farinha de trigo, com fermento, água, sal, açúcar;
  • mexer com colher, depois com as mãos, sovando a massa na bancada, sentindo a sua consistência;
  • esperar o tempo de sova;
  • deixar a massa descansar depois da sova, antes de ir ao forno;
  • ajustar a temperatura e o tempo no forno.

PENSEMOS!!! 

Se para fazer pão é necessária a instrução de um padeiro, para fazer penitência, é necessária a instrução de um Padre bem instruído no Catecismo da Igreja Católica que Jesus fundou em São Pedro.

PENITÊNCIA É ARREPENDIMENTO

Como fazer penitência, se penitência é arrependimento?

  • Arrependimento é o pensamento, a ação, o sentimento de contrição e rejeição interior do pecado, que faz mudar opiniões e comportamentos contrários aos Mandamentos de Deus.

Como o arrependimento muda opiniões e comportamentos contrários aos Mandamentos de Deus?

  • Inicialmente, pela graça do amor a Deus junto à graça do reconhecimento do perigo de morte eterna, ao não querer se arrepender dos pecados.

Por que Jesus uniu arrependimento e penitência; penitência e arrependimento?

  • Para que se entenda que fazer penitência é trabalhar no interior da alma e da mente, usando a vontade, a inteligência e a sabedoria, para construir o entendimento da necessidade do arrependimento dos pecados e assim ir praticando as ações de penitências corporais.

FORMAS DE PENITÊNCIAS

“As múltiplas formas da penitência na vida cristã, penitência interior do cristão, pode ter expressões bem variadas. A escritura e os padres insistem principalmente em três formas:

  • o jejum,
  • a oração
  • e a esmola, que exprimem a conversão com relação a si mesmo, a Deus e aos outros.

Ao lado da purificação radical operada pelo batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o perdão dos pecados,

  • os esforços empreendidos para reconciliar-se com o próximo,
  • as lágrimas de penitência,
  • a preocupação com a salvação do próximo,
  • a intercessão dos santosz
  • e a prática da caridade, “que cobre uma multidão de pecados” (1Pd 4,8).”

(Catecismo da Igreja Católica §1434)

A FONTE DA CONVERSÃO E PENITÊNCIA

“Eucaristia e penitência. A conversão e a penitência cotidiana encontram sua fonte e seu alimento na Eucaristia, pois nela se torna presente o sacrifício de Cristo que nos reconciliou com Deus; por ela são nutridos e fortificados aqueles que vivem da vida de Cristo: ‘ela é o antídoto que nos liberta de nossas faltas cotidianas e nos preserva dos pecados mortais’.”

(Catecismo da Igreja Católica §1436)

O QUE REAVIVA A CONVERSÃO E A PENITÊNCIA?

  • “A leitura da Sagrada Escritura,
  • a oração da Liturgia das Horas e do Pai-nosso,
  • todo ato sincero de culto ou de piedade 

reaviva em nós o espírito de conversão e de penitência e contribui para o perdão dos pecados.” 

(Catecismo da Igreja Católica §1437)

Trabalhar na construção do arrependimento é um trabalho espiritual e intelectual?

  • Sim. O arrependimento é a graça de Deus iluminando o pensamento e a vontade, para que surja a ação da humildade, pedindo perdão pelos erros e pecados cometidos.
São Domingo Sávio

Então a alma e o intelecto precisam de ajuda?

  • Sim. Precisam da ajuda divina, pois é a graça de Deus que faz a alma e o intelecto compreenderem a importância do arrependimento. O arrependimento é um trabalho espiritual e intelectual oracional de uma alma e um intelecto sob a graça de Deus.

O que faz a graça de Deus na alma e no intelecto?

  • Agracia-lhe com a disposição do arrependido a se comprometer com Deus, consigo mesmo e com as pessoas a quem deve satisfação, com empenho na vida de vigilância e oração, para evitar cair nas tentações. “Antes morrer do que pecar” (São Domingos Sávio)

QUAIS SÃO OS MOMENTOS FORTES PENITENCIAIS NA IGREJA?

Os tempos e os dias de penitência ao longo do ano litúrgico

  • o tempo da quaresma,
  • cada sexta-feira em memória da morte do Senhor 

são momentos fortes da prática penitencial da Igreja.

Esses tempos são particularmente apropriados 

  • aos exercícios espirituais,
  • às liturgias penitenciais,
  • às peregrinações em sinal de penitência,
  • às privações voluntárias como o jejum e a esmola,
  • à partilha fraterna (obras de caridade e missionárias).” 

(Catecismo da Igreja Católica §1438)

O ABISMO DA MISERICÓRDIA DE DEUS NO PROCESSO DE CONVERSÃO DO HOMEM

“O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do “filho pródigo”, cujo centro é “O pai misericordioso”:

  • o fascínio de uma liberdade ilusória,
  • o abandono da casa paterna;
  • a extrema miséria em que se encontra o filho depois de esbanjar sua fortuna;
  • a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração;
  • a reflexão sobre os bens perdidos;
  • o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai;
  • o caminho de volta;
  • o generoso acolhimento da parte do pai;
  • a alegria do pai:

Tudo isso são traços específicos do processo de conversão.

  • A bela túnica,
  • o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida,
  • pura,
  • digna,
  • cheia de alegria, que é a vida do homem que volta a Deus e ao seio de sua família, que é a Igreja.
  • Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela.” 

(Catecismo da Igreja Católica §1439)

PENITÊNCIA PELOS QUE MORRERAM

“Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala:

“Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado”.

(2 Mc 12,46)

Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus.

A Igreja recomenda também:

  • as esmolas,
  • as indulgências
  • e as obras de penitência em favor dos defuntos:

Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória.

Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai, deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.”

(Catecismo da Igreja Católica §1032)

PENITÊNCIA INTERIOR

“A penitência interior, como já acontecia nos profetas, o apelo de Jesus à conversão e penitência não visa em primeiro lugar

  • as obras exteriores,
  • saco e a cinza”,
  • os jejuns e as mortificações,
  • mas à conversão do coração,
  • à penitência interior.

Sem ela, as obras de penitência continuam estéreis e enganadoras: a conversão interior, ao contrário, impele a expressar essa atitude por sinais visíveis, gestos e obras de penitência.” (Catecismo da Igreja Católica § 1430)

“A penitência interior é uma

  • reorientação radical de toda a vida,
  • um retorno,
  • uma conversão para Deus de todo nosso coração,
  • uma ruptura com o pecado,
  • uma aversão ao mal e repugnância às más obras que cometemos.

Ao mesmo tempo, é o desejo e a resolução de mudar de vida com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda de sua graça.

Esta conversão do coração vem acompanhada

  • de uma dor
  • e uma tristeza salutares,
  • chamadas pelos Padres de “animi cruciatus (aflição do espírito)”, “compunctio cordis (arrependimento do coração)” . 

(Catecismo da Igreja Católica §1431)

SÓ DEUS PODE DAR UM CORAÇÃO NOVO AO HOMEM

“O coração do homem apresenta-se pesado e endurecido.

É preciso que Deus dê ao homem um coração novo.

A conversão é antes de tudo uma obra da graça de Deus que reconduz nossos corações a Ele:

“Converte-nos a ti, Senhor, e nos converteremos.” (Lm 5,21).

Deus nos dá a força de começar de novo.

É descobrindo a grandeza do amor de Deus que nosso coração experimenta

  • o horror
  • e o peso do pecado
  • e começa a ter medo de ofender a Deus pelo mesmo pecado
  • e de ser separado dele.

O coração humano converte-se olhando para aquele que foi traspassado por nossos pecados.

Fixemos nossos olhos no sangue de Cristo para compreender como é precioso a seu Pai porque, derramado para a nossa salvação, dispensou ao mundo inteiro a graça do arrependimento.”

(Catecismo da Igreja Católica §1432)

“Depois a Páscoa, o Espírito Santo “estabelecer a culpabilidade do mundo a respeito do pecado”, a saber, que o mundo não acreditou naquele que o Pai enviou. Mas esse mesmo Espírito, que revela o pecado, é o Consolador que dá ao coração do homem a graça do arrependimento e da conversão.” 

(Catecismo da Igreja Católica §1433)


Oremos!

Dai-nos, Senhor Deus, um coração verdadeiramente manso, humilde, arrependido e disposto à penitência conforme o desejo do vosso coração. Amém.

. . .

Deus, que é bom, misericordioso e poderoso, abençoe-nos a todos.
J.V.

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