OS MUITOS SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DOS CATÓLICOS SOBRE A SALVAÇÃO

VOCAÇÃO DE JESUS!
Deus seja amado com todas as forças de nosso coração e de nossa alma.

04/07/2022

Muitos são os sentimentos dos católicos a respeito da salvação, mas um deles está na maioria. Sem a indispensável reflexão, a maioria de nós, católicos, sente e pensa que, por estarmos na Igreja fundada por Jesus Cristo em São Pedro (Mt 16, 18), já estamos em segurança, já estamos com a salvação garantida.

Esse sentir e pensar é verdadeiro. Estamos em segurança no “Corpo de Cristo que é a Igreja” (Ef 5, 23), pois por meio da Igreja recebemos todos os Sacramentos, instruções e graças necessárias à nossa salvação. Porém, muitos católicos pensam que a segurança, que é a Igreja, já é o suficiente para a salvação da alma. Sendo assim, relaxam espiritualmente e mentalmente, não refletem sobre a necessidade de alimentar a alma com os ricos e poderosos alimentos oferecidos pela Igreja, não refletem sobre a imperativa necessidade de adquirir maior conhecimento da Pessoa de Jesus Cristo, o “cabeça do Corpo da Igreja” (Cl 1, 18).

A maior necessidade do homem neste mundo, para que ele venha a ter a vida eterna, é conhecer não somente a Jesus Cristo, mas também conhecer o Pai, Criador de todas as coisas. Jesus, orando ao Pai, falou:

“Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a Ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste”. (Jo 17,3)

A maior necessidade humana é conhecer a Deus Pai e a Jesus, para assim ter a vida eterna em Deus. Como o homem suprirá essa necessidade sem a busca sincera para conhecer o Pai e seu Filho Jesus Cristo?

Milhões de católicos pelo mundo não param para pensar que precisam se dedicar à oração, à vigilância e a uma meditação mais aprofundada das Palavras do único Salvador da humanidade. A maioria fica satisfeita em ouvir a Palavra de Deus na Missa aos domingos, no grupo de oração; sem se dar conta de que aquilo que ouviu, entendeu e que o alegrou pode ser roubado pelo demônio, se o entendimento não for exercitado pela meditação e obediência à Palavra ouvida. Jesus diz que

“Quando um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o Maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração. Este é aquele que recebeu a semente à beira do caminho”. (Mt 13,19)

Perguntemo-nos!

• Qual é a diferença entre as pessoas que ouvem a Palavra e nada entendem, para as que entendem, porém não exercitam seu entendimento pela meditação e obediência à Palavra, ouvida e entendida com alegria de coração?

• Não exercitar a meditação para obedecer à Palavra de Deus pode impedir o católico de crescer “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pd 3,18)?

• Dentre milhares de igrejas, o sentir e o pensar que por estar na verdadeira Igreja, sem que haja dedicação a meditação diária sobre a Palavra de Deus e o esforço para se submeter a ela, é um sentir e pensar correto ou um engano?

A quem interessa que os católicos:

·       não orem;

·       não vigiem;

·       não meditem na Palavra de Deus;

·       não procurem se aprofundar no entendimento da Palavra Sagrada;

·       não obedeçam à Palavra que é “Espírito e Vida”(Jo 6, 63)? 

Enquanto o Anjo Caído, que é a Antiga Serpente, tenta para que os católicos não vejam a imprescindível necessidade do alimento à alma, ou seja, de oração, meditação, entendimento e obediência; Jesus, o nosso Salvador, diz a todos:

“Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Mt 26,41)

O espírito pode estar:

pronto,

preparado,

disposto,

cheio de desejo de fazer a vontade de Deus, pelo amor, pela fé, pela humildade, pela esperança e, sobretudo, pela graça de Deus, mas o espírito habita um corpo de carne fraca. 

Por isso, Jesus quer que tentemos entender que “o espírito é que vivifica, a carne de nada serve.” (Jo 6,63) Afirmando, assim: “As palavras que vos tenho dito são espírito e vida”. (Jo 6,63)

Quando Jesus diz que “a carne de nada serve”, Jesus sabe profundamente o que a maioria de nós, católicos, sabe apenas superficialmente; isto é, que a carne em si mesma não tem:

•  a força da verdade diante da mentira;
• a força do arrependimento diante do pecado;
• a força da franqueza e do realismo diante da má-fé, duplicidade e malícia;
• a força da vontade diante da inconstância espiritual;
• a força da bondade diante da maldade;
• a força da dignidade diante da degradação humana;
• a força da castidade diante da impureza;
• a força da honra diante da desonra;
• a força da solidez e consistência para o bem;
• a firmeza nos bons propósitos;
• a constância da perseverança moral;
• a capacidade natural da resiliência diante dos contínuos ataques das tentações;
• o desejo de amar a Deus.

“Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à lei de Deus, e nem o pode”. (Rm 8,7)

A carne não tem, nela mesma, a vida. Jesus convidou um homem para segui-lo, mas o homem queria primeiro enterrar, não qualquer parente, mas seu pai. Jesus, então, disse-lhe: “deixa que os mortos enterrem seus mortos” (Mt 8,22). 

Por que Jesus falou assim? Porque só Jesus é a Vida; só Jesus tem a Vida (cf. Jo 5, 26), só Jesus pode dar a vida. Todo homem que CRER em Jesus, mais do que em SI MESMO, terá a vida eterna (cf. Jo 3,15).

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; quem NÃO crê no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus”. (Jo 3,36)

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. (Jo 11,25)

A carne, que para nada serve:

• é a carne do homem rebelde;
• é a carne não submissa ao Espírito Santo;
• é a carne do homem que é desobediente às Palavras de Espírito e Vida que Jesus fala;
• é a carne do homem que ama o mundo e os prazeres terrenos igualmente ou mais do que ama a Deus, ao Céu e aos prazeres espirituais de uma vida de fé em Jesus Cristo.

O grande santo e Apóstolo São Paulo deixou escrito para todos: “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo.” (Rm 7,18). As palavras de São Paulo nos fazem entender que o QUERER O BEM não está na carne, está no que o homem é. Por isso São Paulo diz que o bem não está na carne dele, mas O QUERER O BEM ESTÁ em sua pessoa. São Paulo não diz que O BEM ESTÁ NELE, diz que O QUERER O BEM está nele.

A carne não é capaz de realizar nenhum bem, porque o bem não habita na carne, porém o homem quer o bem. Onde está o bem que o homem quer? No homem, o bem está no Espírito de Deus que habita nele, daí a necessidade que o homem tem de viver todos os dias de sua vida amando a Deus, buscando a Deus, crescendo no conhecimento de Deus. Essa necessidade se dá porque “somos o templo de Deus vivo, como o próprio Deus disse: Eu habitarei e andarei entre eles, e serei o seu Deus e eles serão o meu povo (Lv 26,11s)”. (2Cor 6,16)

A carne é fraca, mas é importante, é muito importante para os planos de Deus. Se não fosse, Ele não teria dado ao espírito do homem um corpo de carne, da mesma forma que não deu aos Anjos. Foi pela carne de um homem e de uma mulher que Deus resolveu dar origem corporal à espécie humana.

O homem “se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu”. (Mt 19,5-6)

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade”. (Jo 1,14)

A carne de Jesus foi fraca a ponto de Ele poder ser torturado, crucificado e morto. A carne de Jesus só não foi fraca com relação ao pecado. Jesus não pecou, não havia fraqueza na carne de Jesus quanto ao pecado; mas foi fraca a ponto de ser tentada pelo demônio tentador de toda carne.

“O que era impossível à lei, visto que a carne a tornava impotente, Deus o fez. Enviando, por causa do pecado, o seu próprio Filho numa carne semelhante à do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que a justiça, prescrita pela lei, fosse realizada em nós, que vivemos não segundo a carne, mas segundo o espírito”. (Rm 8, 3-4)

Grande é

“o mistério da bondade divina: manifestado na carne, justificado no Espírito, visto pelos anjos, anunciado aos povos, acreditado no mundo, exaltado na glória!” (1Tm 3,16)

“Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados – o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito”. (1Pd 3,18)

Quando os discípulos viram Jesus ressuscitado, ficaram admirados, espantados, pasmos. Jesus então lhes disse: “Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho”. (Lc 24,39)Assim acontecerá conosco após sermos ressuscitados por Jesus. Nossa carne também será ressuscitada, não na condição de carne mortal, corrupta, mas no estado incorrupto e imortal. “Semeado na corrupção, o corpo ressuscita incorruptível;” (1Cor 15,42) porque “os mortos hão de ressuscitar” (Lc 20, 37).

Jesus falou claramente sobre nossa ressurreição:

“Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. (Jo 6,40)

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. (Jo 6,54)

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo”. (Jesus Cristo, Jo 6,51)

“A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?” (Jo 6,52)

“Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos”. (Jo 6,53)

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é VERDADEIRAMENTE uma COMIDA e o meu sangue, VERDADEIRAMENTE uma BEBIDA. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim”. (Jo 6, 54-57)

“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal”. (Jo 6,27)

Todas as outras comidas e trabalhos da necessidade humana para a vida na terra têm sua importância. O homem precisa se alimentar e se sustentar materialmente; sustentar materialmente sua família; ajudar aos mais necessitados; ajudar a Igreja. Para isso o homem deve trabalhar e procurar ser responsável e competente em sua profissão.

O homem nasceu para o trabalho. Disse Deus, ao criar o homem:

“Trabalharás durante seis dias, mas o sétimo será um dia de descanso completo consagrado ao Senhor”. (Ex 35,2)

A ordem divina é bem clara. Nesta vida, o homem trabalhará para seu sustento material e trabalhará para a salvação de sua alma.

Não trabalhará somente para seu sustento material, mas trabalhará também em seu entendimento, em seu íntimo, para amar o Senhor Deus de todo o coração e com sua inteligência, com o objetivo de salvar sua alma.

Importante repetir: o homem deve trabalhar com dedicação, honestidade e competência, não somente no trabalho material, mas também e sobretudo, trabalhar com dedicação, honestidade e competência para salvar não somente sua própria alma, mas também salvar a alma dos membros da Igreja; de seu país; de sua família; seus parentes, amigos, colegas de trabalho, vizinhos e demais almas do mundo inteiro. Claro que fará esse trabalho segundo o discernimento dado pelo Espírito Santo no seguimento de Jesus, e não andando na frente de Jesus.

Em síntese! Todo trabalho necessário, tem de estar no seu devido lugar de importância, o trabalho mais importante não é o do sustento material, é o trabalho para salvar a alma, “Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida?” (Mc 8,36) “Quem ama a sua vida, perdê-la-á; mas quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna”. (Jo 12,25)

“Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal; os que vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito. Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida e a paz. Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à lei de Deus, e nem o pode. Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele”. (Rm 8, 5-9)

“Portanto, irmãos, não somos devedores da carne, para que vivamos segundo a carne. De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Rm 8, 12-14)

“Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites”. (Rm 13,14) “O que afirmo, irmãos, é que nem a carne nem o sangue podem participar do Reino de Deus; e que a corrupção não participará da incorruptibilidade”. (1Cor 15,50)

Muitos católicos esquecem que a vida espiritual precisa dos mantimentos:

• da oração;
• da inteligência;
• da vigilância;
• dos jejuns;
• do conhecimento da Palavra de Deus;
• dos Sacramentos como consumo indispensável para a subsistência da perseverança no carregamento da cruz atrás de Jesus. 

“…aquele que perseverar até o fim será salvo”. (Mt 10,22)

O esquecimento;

a negligência;

a má vontade;

a preguiça;

a falta de entendimento do que é necessário à vida espiritual causam o relaxamento.

Primeiro deixa-se de orar e vigiar. Em certo tempo, a perseverança sem alimento começa a desanimar, a enfraquecer, a morrer. O católico vai deixando de perseverar, até que, sentindo-se desanimado espiritualmente em relação às necessidades espirituais, desiste de vez.Por causa desse mau hábito, São Paulo exortou aos católicos da comunidade dos gálatas, perguntando-lhes:

“Sois assim tão levianos? Depois de terdes começado pelo Espírito, quereis agora acabar pela carne?” (Gl 3,3) “Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne. Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que quereríeis”. (Gl 5, 16-17)

Não se faz o que se quereria porque não se deve alimentar a carne. Não devemos fazer o que a carne pede, exige, reclama, se não ela se fortalece contra nós.

“Caríssimos, rogo-vos que, como estrangeiros e peregrinos, vos abstenhais dos desejos da carne, que combatem contra a alma”. (1Pd 2,11)

Não é fácil lutar contra os desejos da carne, por ser uma carne fraca (Mt 26, 41), morta (Mt 8, 22), e para nada servir (Jo 6, 63); mas que ao mesmo tempo tem sua utilidade para Deus e para nós.

Deus se utiliza de nossa carne com vários objetivos de seu amor por nós, entre eles:

• para, por ela, gerar mais pessoas humanas;
• para batizar, no Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, todos os que herdarão a vida eterna;
• para seus filhos comerem a Carne e beberem o Sangue de nosso Salvador na Eucaristia.

Entretanto, apesar de sua utilidade, a carne morta é viva para as coisas carnais. É morta para os dons espirituais e viva para o que desagrada a Deus. Viva para pecados que podem matar a alma. “Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Rm 6,23) A carne ama o mundo e as coisas mundanas. Nosso espírito ama a Deus, está pronto para amar seu Criador, mas nossa carne não.

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Deus, que é bom, misericordioso e poderoso, abençoe-nos a todos.
J.V.