Morre o Papa Bento XVI

Joseph Ratzinger, mais conhecido como Papa Bento XVI, nasceu em 1927, na Alemanha. Ordenou-se e 1951. Em 1977 foi nomeado foi nomeado Arcebispo de Munique pelo Papa Paulo VI e, no mesmo ano, elevado a cardeal, partipando nos anos seguintes dos conclaves que elegeram o Papa João Paulo I e João Paulo II. Em 1981, foi nomeado prefeito da Congregação para Doutrina da Fé, cargo que exerceu durante 23 anos, tornando-se um dos mais importantes defensores da doutrina católica, combatendo ferrenhamente correntes progressistas como a teologia da libertação.
No ano de 2005, após a morte de São João Paulo II, Razinger é eleito para assumir a Cátedra de São Pedro, adotando o nome BENTO, do latim BENEDICTUS que significa BENDITO, em homenagem ao Papa Bento XV que ficou conhecido como “Papa da Paz” e também em referência a SÃO BENTO DE NÚRSIA que foi um dos maiores responsáveis pela manutenção da fé católica no contexto das invasões bárbaras, sinalizando que uma das prioridades do seu papado seria a recristianização da Europa.
Em 2013, devido a sua saúde já debilitada, resolve se recolher a um mosteiro no Vaticano onde passou os últimos anos de sua vida em oração pela Igreja.
No dia 31 de dezembro de 2022, esse servo de Deus completou a sua Páscoa, deixando-nos num misto de tristeza e alegria!
Tristes pela perda da sua presença em nosso meio; mas felizes pela seu encontro com Nosso Senhor e salvador!
Que a passagem do Papa Bento XVI para a eternidade nos leve a reflexão de que a morte não é algo temeroso, mas uma parte natural da vida a qual todos, um dia, deveremos encarar, lembrando sempre da misericórdia divina e da promessa de que, um dia, ressuscitaremos com Cristo Jesus!
Peçamos a Deus pela alma do nosso querido Papa Bento XVI, para que ele seja acolhido no Reino dos céus e que goze da presença de Deus para sempre!
LEGADO TEOLÓGICO
O Papa Bento XVI deixa um legado riquíssimo para toda a humanidade, sendo considerado, já em vida, como um dos maiores teólogos da história, após ocupar a cátedra de São Pedro tornou-se PROFESSOR DO MUNDO INTEIRO!

Participou ativamente da redação do atual Catecismo, escreveu muitos livros e artigos, incluindo suas memoráveis encíclicas (Deus Caritas Est, Spe Salvi e Caritas in Veritate) e sua obra “Jesus de Nazaré”.
Foi um ferrenho defesor da fé católica e um grande líder religioso, tendo realizado diversas viagens apostólicas levando a mensagem do amor e reconciliação.
UM POUCO MAIS DA SUA HISTÓRIA
Cresceu numa época bastante conturbada (durante o surgimento e expansão do nazismo), mas teve já do seu pai um grande exemplo que, mesmo sendo policial, resistiu à doutrinação nazista e manteve sua família longe do perigo, mudando-se para uma fazenda isolada.
Duranta e II Guerra Mundial, Razinger aprofundou o seu chamado vocacional, enquanto presenciava o colapso espiritual e material do seu pais, reconheceu a necessidade urgente que a humanidade tinha de se voltar para Deus.
Como seminarista, debruçou-se sobre os grande doutores da Igreja e, através de Santo Agostinho, descobriu que sua vocação seria tornar acessível ao mundo moderno aquelas verdades eternas da fé.
Por fim, é ordenado sacerdote no ano de 1951 e, desde o início já demonstrava pequenas luzes do grande teólogo que viria a ser, o que o fez ser conduzido a participar nos bastidores do Vaticano II, redigindo discursos como perito do Cardeal Frings.
Após o concílio, toma uma forte posição contra a ala progressista que emerge dentro da teologia católica e ajuda a fundar um movimento alternativo, tradicionalista, chamado COMMUNIO. Seu radicalismo em defender a verdade com grande zelo e amor, levou-o a ser vítima de uma intensa campanha difamatória, através da qual o gentil e tímido professor passou a ser taxado como um cruel inquisidor reacionário.
Em contrapoição à grande perseguição sofrida, foi nomeado pelo Papa Paulo VI para Arcebispo de Munique o ano de 1977, o que foi para ele um enorme sacrifício, pois teria que abandonar a carreira de professor. Porém logo foi chamado para Roma onde passou a lidar com as mais profundas disputas teologais vigentes na época, como o combate à infiltração marxista dentro do corpo eclesiástico, o relacionamento da Igreja Católica com as demais denominações cristãs e outras igrejas e a redação do Novo Catecismo.

Como um dos cardeais mais próximos de São João Paulo II, em 2005, após a sua morte, foi escolhido para sucedê-lo, tendo um pontificado de média duração (8 anos), mas bastante frutífero e também intensamente perseguido, sendo duramente atacado pelos setores mais progressistas da sociedade.
No ano de 2013 toma a que deve ter sido sua decisão mais polêmica, resolve renunciar ao papado devido à sua debilidade física, ato que acabou por, de certa forma, ofuscar um pouco o seu papado.
De todo modo, prosseguiu em recolhimento e oração por toda a igreja nos últimos anos de sua vida, partindo no último dia do ano de 2022 e deixando uma obra intelectual que certamente servirá de referência para as gerações posteriores!